Após anunciar investimento de US$ 100 bilhões ao longo dos próximos cinco anos na fabricação de semicondutores, a Intel firmou acordo com o governo norte-americano para receber até US$ 8,5 bilhões em financiamento direto. O documento assinado é um memorando preliminar de termos (PMT, na sigla em inglês) e faz parte das ações relacionadas à Lei dos Chips (Chips Act), uma das mais importantes medidas do governo de Joe Biden para fortalecimento da indústria norte-americana.
O dinheiro será usado em suas unidades fabris localizadas nos estados de Arizona, Novo México, Ohio e Oregon. A expectativa é de que sejam criados 10 mil novos empregos permanentes na Intel, outros 20 mil temporários e mais de 50 mil indiretos, junto a fornecedores e indústrias de apoio.
A Intel também informa que pode requerer em créditos fiscais até 25% dos US$ 100 bilhões de investimento, dentro do programa de Crédito Fiscal de Investimento (ITC, na sigla em inglês). E pode pedir ainda até US$ 11 bilhões em empréstimos federais.
Análise
O surgimento de inúmeras aplicações de inteligência artificial generativa nos dois últimos 18 meses fez aumentar de maneira significativa a demanda por semicondutores, provocando uma corrida por investimentos nessa indústria a nível global, assim como uma valorização dos papéis de suas empresas – vide o caso recente da NVIDIA.
Nesse contexto, a Intel, com suas fábricas instaladas nos EUA, se torna uma peça estratégica na política industrial norte-americana, para evitar a dependência de importação de semicondutores.
Ilustração de Nik Neves