Apenas 10% dos clientes brasileiros já utilizaram autoatendimento para fazer compras no Brasil, bem atrás da média global que está em 40%. O dado é de uma  pesquisa global da Adyen que teve recorte brasileiro e foi realizada pelo Centro de Pesquisa e de Negócios (Cebr). A análise foi feita com 38 mil consumidores no mundo e 13 mil empresas, sendo 2 mil brasileiros e 500 companhias nacionais, entre janeiro e fevereiro deste ano.

De acordo com o vice-presidente de venda da Adyen, Renato Migliacci, isso acontece por alguns fatores que geram barreiras, como infraestrutura técnica, risco ao negócio, mas principalmente por não ser incorporado dentro da operação da loja.

“O autoatendimento ainda é visto como algo separado dentro de uma loja. Não está 100% incorporado dentro da operação daquela loja. Com isso, ficam questões operacionais e estratégicas de autoatendimento, como: onde colocar? Como colocar? Qual o fluxo que eu adoto? Tem que ter alguém para operar esse autoatendimento e fiscalizar ou não?”, questiona, ao lembrar que também há necessidade de treinamento da equipe.

‘Gangue da Picanha’

Baseando-se em conversa com o mercado varejista, que corroboram com o dado da pesquisa, o VP da adquirente destacou principalmente a estratégia de risco. Deu como exemplo diálogos com executivos de supermercado que recuaram e não colocaram mais totens de autoatendimento por conta da ‘gangue da picanha’.

“São as pessoas que vão ao mercado para fazer uma compra pequena, mas roubam picanha e colocam dentro da roupa (para não pagar)”, explicou. “Portanto, como que o varejo engaja e alavanca o autoatendimento quando você tem este tipo de perspectiva?”, questiona.

Copo cheio

Por outro lado, Migliacci vê um cenário positivo e pode ter crescimento em setores que precisam de mais frente de caixa no atendimento para diminuir as filas e a quantidade de processos de pagamentos. Para o executivo, a jornada de autoatendimento traz mais eficiência ao varejo.

Corrobora com a fala do executivo, o fato de haver um cenário positivo para a adesão ao novo. De acordo com a pesquisa, 30% dos varejistas querem oferecer outras formas de pagamentos a seus clientes e 15% querem reduzir as barreiras.

Imagem principal: Renato Migliacci, vice-presidente de Vendas da Adyen Brasil (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

 

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