Um estudo global da Cisco demonstrou que apenas 5% das empresas brasileiras são consideradas maduras contra os ataques cibernéticos. Embora preocupante, o percentual no Brasil é maior se comparado com o mercado mexicano, que tem 2% de maturidade, e a média mundial de 3%.
Em conversa com jornalistas e analistas de mercado nesta quinta-feira, 3, Ghassan Dreibi, líder de segurança da Cisco para a América Latina, afirmou que o Brasil está acima da média por causa da necessidade das empresas cumprirem demandas regulatórias locais, como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Dividido em quatro níveis (iniciante, formação, progressivo e maduro), o estudo da Cisco se baseia em tipos de tecnologias que uma companhia usa para se prevenir de ataques. Entre essas medidas de segurança estão: autenticação; percepção de anomalias; gerenciamento de dispositivos; segmentação de rede; firewall; uso de aplicações de segurança em nuvem; e uso de inteligência artificial para avaliar ameaças.
Feito com 8 mil pessoas no mundo e 600 na América Latina que não sabiam que a Cisco estava por trás da pesquisa, o estudo revelou ainda que mais da metade das empresas brasileiras (52%) estão em estado de formação de preparo das tecnologias (terceiro nível de segurança). Outras 33% estão progredindo para a maturidade (o segundo nível mais alto de segurança) e 10% ainda estão nos primeiros passos de preparo (quarto nível de segurança, o mais baixo).
No México são 64% em estágio de formação, 22% em progressão e 12% nos primeiros passos. Globalmente, 60% estão no terceiro nível, 26% no segundo nível e 11% no quarto nível de segurança.
Global
Na análise global, a maioria das companhias (80%) se apresenta confiante em lidar com o cenário após o ataque. Para Jeetu Patel, vice-presidente executivo/gerente geral de segurança e colaboração da Cisco, isso é um cenário bem preocupante, uma vez que apenas 3% estão maduras.
Agrega-se a este cenário calamitoso o fato de que 80% das empresas admitem que têm problema de lentidão na resolução de problemas de segurança por terem múltiplos pontos de acesso, como os dispositivos BYOD e CYOD. Patel atenta ainda para os receios com a falta de profissionais, uma vez que 46% das companhias possuem mais de dez posições de cibersegurança em aberto.
Somando essas três questões, o executivo da Cisco acredita que a maioria das empresas tem um problema “estrutural” na proteção contra os ataques cibernéticos, uma vez que esses ataques crescem exponencialmente.
De fato, 43% das empresas globais dizem que sofreram algum incidente de cibersegurança no último ano e pouco mais de um terço (37%) tiveram prejuízos de pelo menos US$ 300 mil. Além disso, mais da metade dos participantes da pesquisa (54%) esperam sofrer algum tipo de ataque cibernético que afete seu negócio em até dois anos.
Imagem principal: Arte feita por Nik Neves para Mobile Time