Após uma viagem à Europa, mais especificamente para a Alemanha, o até então estudante de Mecatrônica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Ariel Lambrecht, ficou admirado com o uso de aplicativos para corridas de táxi. Ao voltar para o Brasil, compartilhou a tecnologia com seu sócio de uma startup acadêmica de compartilhamento de documentos e também colega de curso, Renato Freitas. Ambos interessados em desenvolver algo parecido com a solução que Lambrecht conheceu no país, contaram a novidade para Paulo Veras, outro colega da universidade que era um empreendedor com experiência no mercado e que gostava de atuar no ecossistema das startups. Daí, fundaram, em junho de 2012, o aplicativo até então conhecido como 99 Táxi.
Inicialmente, o investimento para o seu desenvolvimento foi de R$ 50 mil. Já o primeiro aporte semente foi de R$ 3 milhões, em 2013. Ao todo foram seis investidores: o líder foi a Monashees, seguida pela SmartCaps Ventures, pela Qualcomm Ventures, por Ignacio Vilela, pela Augusta Investments LLC e pela Adeyemi Ajao. Em seguida, a série A foi anunciada em fevereiro de 2015 e a série B apenas dois meses depois, em abril. Foram US$ 15 milhões e US$ 25 milhões, respectivamente.
Em paralelo aos aportes, em agosto de 2016 a empresa começou com a funcionalidade “99Pop”. O objetivo do serviço era concorrer com outras companhias, como a Uber, que não utilizava taxistas, mas motoristas comuns.
Com a plataforma se estruturando, em janeiro de 2017, recebeu investimentos de US$ 100 milhões da primeira rodada da série C. Entre os três investidores que participaram, o líder foi a Didi Chuxing, empresa de transporte conhecida como Uber chinesa. Pouco tempo depois, em maio, houve a segunda rodada da série C com outros US$ 100 milhões.
Nessa época, o poder econômico da 99 aumentou e, por sua vez, abriu mais de 250 vagas em um curto intervalo de tempo, crescendo até chegar aos quase 400 empregados no meio do ano. Entre os meses desses dois investimentos, as suas corridas se multiplicaram cerca de 25 vezes. Em julho, a 99 ganhou uma licitação de R$ 50 milhões da Prefeitura de São Paulo para utilizar o app para o transporte dos funcionários públicos da cidade de São Paulo, uma das bandeiras de João Doria durante sua campanha de diminuir custos da prefeitura.
No início do ano seguinte, em janeiro de 2018, a 99 (Android, iOS) foi adquirida pela Didi Chuxing, que já era dona de aproximadamente 30%, pelo valor de US$ 1 bilhão. Considerado rival do Uber, tornou-se oficialmente o primeiro unicórnio brasileiro. Para ser um unicórnio, é preciso que a companhia seja avaliada em US$ 1 bilhão ou mais. Até o momento, nenhuma startup brasileira tinha conseguido atingir esse patamar.