A Meta confirmou nesta sexta-feira, 5, que adotará em suas redes sociais marcações em imagens e sons criados com inteligência artificial. A medida valerá a partir de maio deste ano para fotos, áudios e vídeos que forem publicados pelos usuários do Facebook, Instagram ou Threads. Todos esses conteúdos carregarão a descrição ‘Made With AI’ (‘feita com IA’ na tradução livre para o português).
A decisão ocorreu após dois movimentos recentes em prol de alertas de indústria de tecnologia sobre o uso da IA generativa. Em fevereiro, o vice-presidente de políticas globais da companhia e ex-vice premiê britânico, Nick Clegg, adiantou que a Meta estava trabalhando em marcações de conteúdo feitos com IA com outros players da indústria. E, em março, a holding e outras 15 empresas assinaram um acordo na Conferência de Segurança de Munique para trabalharem contra o mau uso de conteúdos feitos com inteligência artificial nas eleições de 2024.
Em publicação no site da empresa, a vice-presidente de política de conteúdo, Monika Bickert, afirmou que a alteração tem como objetivo atender às demandas do Conselho de Supervisão da Meta e ao público para lidar com material manipulado por IA. Em uma pesquisa feita pela Meta em 13 países com 23 mil pessoas revelou que a maioria delas (82%) era a favor de colocar marcas em conteúdos feitos por IA.
Vale dizer que a partir dessa mudança, a Meta não tirará mais vídeos com base na prerrogativa que são adulterados a partir de julho.
Histórico
Com inserção de marca em conteúdo com IA, a Meta tenta corrigir suas políticas de mídia que foram amplamente criticadas após uma decisão polêmica do Comitê de Supervisão. Em fevereiro deste ano, o grupo optou por manter um vídeo adulterado com a imagem do presidente norte-americano Joe Biden se colocando como pedófilo.
Em sua decisão, o grupo independente da Meta afirmou que o vídeo não violava a Política da companhia contra mídia manipulada, pois o “clipe não mostra o Presidente Biden dizendo palavras que não disse e não foi alterado por IA “. Contudo, o mesmo Comitê informou ter preocupação, pois a regra da Meta não tinha uma “justificativa persuasiva”, além de ser “incoerente e confusa para os usuários e não especifica claramente os danos que procura evitar”.
Mais da metade da população do planeta votará neste ano, como o Brasil, com as eleições municipais em outubro, e os Estados Unidos, com a eleição presidencial em novembro.
Imagem principal: exemplos de marcações da Meta avisando como ficará os conteúdos com IA (reprodução: Meta)