|Mobile Time Latinoamérica| A Surf quer expandir para o exterior a sua atuação como facilitadora de operadoras móveis virtuais (MVNE, na sigla em inglês). A empresa está conversando com vários dos seus clientes que mantêm operação internacional na busca dos que queiram abrir MVNOs em outros países, especialmente na América Latina, relata Davi Fraga, CMO da Surf, em conversa com Mobile Time Latinoamérica.
Nessa empreitada, a Surf conta com duas vantagens estratégicas. A primeira é a sua longa experiência no mercado brasileiro de MVNOs. A companhia tem hoje mais de 50 MVNOs credenciadas ligadas à sua plataforma e mais de 300 marcas licenciadas, entre times de futebol, ISPs etc. Todos esses parceiros somam cerca de 1 milhão de linhas móveis em serviço. Entre as MVNOs em sua plataforma no Brasil estão as de Uber, Carrefour, Pernambucanas (rede varejista brasileira) e Correios – a deste último é a maior de todas, com 500 mil usuários. No Brasil, a Surf está conectada à rede da TIM.
A segunda vantagem da Surf é ter desenvolvido a sua própria plataforma de BSS, desenhada para ter a flexibilidade demandada por MVNOs na criação de campanhas e promoções. Ela fica hospedada na nuvem e pode ser acessada por operações em outros países.
A Surf está disposta a atuar de diferentes formas no exterior, conforme a demanda do cliente. Ela pode simplesmente licenciar o uso da sua BSS para o parceiro ou estabelecer uma relação mais profunda, cuidando também da licença regulatória em outro país. Não há um mercado-alvo específico, diz Fraga. A Surf está disposta a ir para onde seus clientes atuais quiserem.
“Continuamos otimistas com o mercado de MVNOs. No nosso caso, acreditamos que MVNO pode ser um negócio acessório para companhias já estabelecidas”, comenta.
Criar uma MVNO sem uma marca forte por trás, por outro lado, é uma estratégia muito arriscada, alerta Fraga. “As margens são estreitas. Se não escalar, não sobrevive. Se entrar no mercado com uma marca nova, tem que chegar a milhões de clientes para poder manter uma estrutura que suporte. Se tiver apenas 10 mil clientes com tíquete médio de R$ 30 por mês, não para de pé. A maior dificuldade é escalar”, avalia.