“É preciso construir um arcabouço regulatório [em relação às fraudes nos sistemas financeiro e de pagamentos] que não atrapalhe a inovação como a inteligência artificial (IA)”, afirmou Antonio Marcos Fonte Guimarães, consultor no departamento de Regulação do Sistema Financeiro no Banco Central do Brasil, em conversa com Mobile Time. Para isso, é importante a forte participação dos reguladores setoriais, como, por exemplo, o Banco Central, a Anatel etc, complementou.
Guimarães enxerga que a iniciativa que o Congresso Nacional tem desempenhado sobre o PL 2.338/2023 é extremamente louvável. No entanto, ele aponta que ainda é necessário que haja um debate de forma gradual e constante sobre um melhor modelo.
“Se houver um atraso no arcabouço regulatório sobre fraudes, isso pode afetar a inteligência artificial. Por isso, é importante a participação de todos na prevenção do sistema financeiro”, ressaltou durante evento nesta terça-feira, 7, no 1º Congresso de Prevenção e Repressão a Fraudes, Segurança Cibernética e Bancária realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Atualmente, um projeto de lei está sendo discutido no Senado para a regulamentação de IA. No texto, afirma que a proposta tem como objetivo “conciliar, na disciplina legal, a proteção de direitos e liberdades fundamentais, a valorização do trabalho e da dignidade da pessoa humana e a inovação tecnológica representada pela inteligência artificial”.
Compartilhamento de dados
Os painelistas também presentes nesta manhã, como o Belline Santana, chefe do departamento de Supervisão Bancária do Banco Central do Brasil, Luis Gustavo Lara Rosenburg, diretor de Novos Negócios do quod, e Adriano Volpini, diretor de segurança corporativa do Itaú, abordaram a importância das entidades financeiras estarem abertas sobre o compartilhamento de dados para o combate à fraude.
Santana acredita que, com isso, as empresas poderão investir em sistemas de segurança das bases para todos os pontos de compartilhamento. “Conhecendo os seus clientes, as empresas conseguirão desenvolver ferramentas para melhor gestão contra os fraudadores”, salienta.