Foto: Thiago Nassif, CFO da DialMyApp, apresentando os resultados da pesquisa durante o MobiXD 2024 (Crédito: Augusto Monteiro)
44% dos brasileiros precisam remover apps do seu smartphone para instalar outros. Para ser exato, 10% dizem que sempre precisam liberar memória para conseguir instalar um app novo e outros 34% o fazem de vez em quando. Ou seja, praticamente metade convive com o problema, enquanto 56% dizem não precisar abrir espaço para novas instalações. Entre brasileiros das classes D e E, a proporção que afirma sempre precisar desinstalar sobe para 15%. Os dados fazem parte de uma pesquisa inédita encomendada pela DialMyApp e realizada por Mobile Time e Opinion Box, cujo relatório completo está disponível para download gratuito aqui.
A pesquisa apurou que nos últimos 12 meses, metade dos brasileiros com smartphone tiveram que remover um app para baixar outro. A proporção é maior entre as pessoas das classes D e E: 57%. O problema afeta também os brasileiros da classe C (48%) e das classes A e B (45%).
Se o app desejado não for imprescindível, o brasileiro pode desistir de instalá-lo por causa da falta de espaço em seu smartphone. 42% relatam que já deixaram de baixar um app por falta de memória no aparelho. Esse tipo de decisão é mais comum entre mulheres (45%) que entre homens (38%). E acontece mais no grupo de jovens de 16 a 29 anos (48%), que entre pessoas de 30 a 49 anos (44%) ou 50 anos ou mais (35%). A diferença por renda familiar mensal também é marcante: classes A e B (33%), classe C (41%) e classes D e E (51%).
O que apagar?
Na hora de liberar memória no smartphone, o primeiro alvo são os apps pouco utilizados, dizem 34% dos brasileiros. Entre jovens de 16 a 29 anos, a proporção que apaga primeiro aplicativos que não usam é de 46% – o percentual cai para 34% na faixa de 30 a 49 anos, e diminui para 25% entre aqueles com 50 anos ou mais. Entre estes últimos, vídeos lideram como o tipo de arquivo que apagam primeiro para liberar espaço, dizem 33% deles.
Os jogos são o tipo de app mais propenso a ser desinstalado, apontados por 77% dos respondentes, quando estimulados a listar até três categorias. É natural, haja vista que os jogos móveis de maior sucesso no Brasil são games casuais – Candy Crush ocupa a liderança intocável há bastante tempo. Depois dos jogos, as outras categorias mais citadas como desinstaláveis foram as de jornais e revistas (57%), compras (39%), entretenimento e cultura (35%) e operadoras de telefonia (29%). Por sua vez, apps de redes sociais, educação, saúde e finanças correm menos risco de serem removidos.
Análise
O brasileiro médio convive rotineiramente com o problema de falta de espaço de armazenamento em seu smartphone. Aplicativos de comunicação instantânea, como WhatsApp, ocupam cada vez mais a memória dos dispositivos por conta da troca intensa de vídeos, fotos e áudios. Quem mais sente o problema são os donos de aparelhos de entrada e de gama média, dotados de menos Gigabytes para armazenamento. Como consequência, não raro, esses usuários precisam liberar memória para baixar algum novo aplicativo, ou simplesmente desistem da instalação.
Isso afeta o ecossistema de aplicativos móveis. Marcas que utilizam apps como canal de relacionamento com os consumidores precisam levar em conta essa realidade. É cada vez mais difícil convencer o brasileiro a manter um app por muito tempo em seu smartphone, quanto mais baixar um aplicativo novo.
Metodologia
A pesquisa entrevistou 1.176 brasileiros com 16 anos ou mais e que possuem smartphone, entre os dias 19 e 27 de março. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais.