O prejuízo dos pequenos provedores de Internet no Rio Grande do Sul e Santa Catarina com as enchentes é de R$ 807 milhões e a projeção de investimento necessário para a reconstrução de suas redes é de R$ 1,2 bilhão. Os números foram apresentados na reunião do Conselho Diretor da Anatel nesta quinta-feira, 23.
O presidente da agência reguladora, Carlos Baigorri, defendeu que a Anatel e o governo federal tomem medidas para apoiar a reconstrução da infraestrutura de conectividade nos estados afetados pelas chuvas. A fala acontece após ouvir representantes de provedores de pequeno porte de Internet que tiveram suas redes radicalmente impactadas pelas enchentes sucessivas.
“As grandes operadoras de telecomunicações abriram o roaming, tomaram as suas medidas para facilitar o acesso à população à conectividade e aos serviços de telecomunicações, mas também aos provedores de pequeno porte e é importante o estado brasileiro, por meio do Ministério das Comunicações e a Anatel, tomar todas as medidas necessárias para que a gente possa ajudar na reconstrução das redes de telecomunicações no estado do Rio Grande do Sul”, disse.
Outros números sobre o impacto das enchentes na região do Rio Grande do Sul e Santa Catarina calculados pela InternetSul e apresentados na reunião da Anatel são os seguintes:
– Dos 792 municípios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, quase 300 tiveram as redes afetadas e ainda há 104 municípios nessa situação, hoje.
– Há 629 provedores na região, cobrindo 494 cidades com 2 milhões de assinantes declarados;
– Dessas redes de pequeno porte, foram impactadas 152 cidades cobertas pelos PPPs;
– Essas empresas somam 7.733 colaboradores ao todo, dos quais, 791 estão em situação de desalojamento
– 3.148 escolas, hospitais ou órgãos de governo atendidos pelos provedores foram afetados;
– Nas 152 cidades afetadas, havia 100 provedores, 6.259 quilômetros de rede e mais de 1,1 milhão de assinantes declarados, sendo que 226 mil foram afetados até aqui, com projeção de impacto para 340 mil assinantes;
O conselheiro Arthur Coimbra lembrou as ações tomadas pela a Anatel até o momento:
– As grandes operadoras abriram o roaming, conforme protocolo de reação de crise, acompanhamento das ações para restabelecimento de serviços de utilidade pública e de emergência (190, 192, 193);
– Acompanhamento do funcionamento de alertas de emergência da população por meio de SMS;
– Solicitação às prestadoras de medidas emergenciais para manutenção de conectividade aos cidadãos a exemplo da não suspensão de chips pré-pagos sem saldo ou de serviços inadimplentes enquanto perdurar a situação de emergência. “Claro, TIM e Vivo anunciaram ações neste sentido e três veículos da Anatel foram destinados a ajudar na distribuição de alimentos em locais seguros”, comentou o conselheiro.