A AbraCloud se manifestou contra uma possível taxação das big techs – movimento conhecido como fair share ou network fee – pelas empresas de telecomunicações.

“Sendo uma entidade que defende o acesso justo e igualitário à internet, a associação alerta para os perigos e as consequências dessa proposta defendida pelas operadoras de telecomunicações e pelo governo”, escreveu em seu manifesto.

A AbraCloud aposta em uma Internet livre e igualitária por entender que, caso contrário, há riscos de retrocesso para a inclusão digital no Brasil e que o governo prejudique os provedores de conteúdo que se opuserem aos seus interesses.

“A proposta de taxar empresas como Google, Meta, Netflix e outras, com base no volume de dados que trafegam, está sendo chamada pela AbraCloud de Imposto do GB. Não só afeta as big techs, mas também diretamente os consumidores, que arcarão com os custos adicionais”, diz.

Para contrapor o discurso de que as empresas de telecom recebem pouco enquanto as big techs ganham muito dinheiro, a AbraCloud defende que as operadoras – grandes ou os provedores menores – se beneficiam com a crescente demanda de conteúdo de vídeo que, sendo a associação, impulsiona a venda de planos de Internet de alta velocidade.

Outro ponto defendido é que as big techs instalam, sem custo, CDNs, que reduzem o uso de capacidade nas redes das empresas de telecom.

A AbraCloud acredita que existe um “movimento claro de lobby” entre Anatel, governo e operadoras para promover o fair share. A associação aposta em uma relação entre teles e governo para taxar as mídias sociais e serviços de streaming e que a medida pode gerar mais regulações e aumentar a influência do governo na Internet.

A entidade das empresas de cloud não tem entre suas associadas uma big tech. Porém, defende o acesso “justo e igualitário à Internet”

“Essa medida é uma forma disfarçada de a população pagar mais para as teles, sem necessidade real, já que essas empresas já obtêm receitas justas com o modelo atual”, destaca a manifestação da entidade.

 

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