A reconstrução das redes de comunicações do Rio Grande do Sul pode custar até R$ 1,6 bilhão. A informação foi compartilhada pelo secretário-executivo do Ministério das Comunicações (MCom), Hermano Tercius, durante o Encontro Nacional da Abrint nesta quarta-feira, 12.

O cálculo inicial das associações, segundo Tercius, era de R$ 2 bilhões, mas foi recalculado para R$ 1,6 bilhão. Tercius explicou que a ideia é colocar mais recursos do Fust e, de preferência, em caráter não reembolsável. Porém, apenas a metade do recurso pedido seria destinado para o uso não reembolsável por um aspecto da lei. Com isso, o representante da pasta afirmou que o valor pleiteado junto à Casa Civil e a presidência da República seria superior aos R$ 500 milhões.

Disse ainda que por ser capital destinado à iniciativa privada deve ter o lançamento de editais, como edital para conectividade de escolas, que permitirá às empresas reconstruírem suas redes: “Você tem editais voltados nesse primeiro momento para fazer a reconstrução de serviços públicos (educação, saúde, por exemplo) nos quais as empresas vão entrar com essa participação de reconstrução”, completou Tercius.

Impacto

Compartilhando dados das associações, o secretário-executivo afirmou que aproximadamente 600 mil clientes da banda larga fixa foram afetados pelas chuvas que assolam o Rio Grande do Sul neste último mês.  Lembrou que no final de semana do feriado do primeiro de maio, o Mcom fez um esforço para providenciar as primeiras conectividades via Telebras, principalmente para abrigos e serviços públicos.

Também no primeiro final de semana da emergênciaclimática, por meio de Fust Reembolsável, os primeiros projetos de áreas de calamidades e emergência poderiam acessar recursos: “Sabemos que as empresas maiores e com estrutura conseguem pegar esses recursos primeiro. Mas estamos trabalhando e estruturamos junto com a InternetSul e a Abrint um levantamento da situação sobre o estrago e a necessidade para reconstruir. Nós pegamos essa solicitação e, com base técnica, calculamos os valores que tínhamos com eles, chegamos a um valor e encaminhamos para a Casa Civil”.

Agora, a Casa Civil está avaliando o documento e o MCom espera uma devolutiva no final desta semana ou na próxima semana.

“A Casa Civil se mostrou bastante sensibilizada com o tema. Mas temos que ter a noção que a reconstrução é muito importante, pois acaba vindo depois do salvamento”, completou Tercius, ao lembrar que a prioridade do Governo Federal era primeiro salvar vidas e agora é o segundo momento da reconstrução.

Questionado pelo Mobile Time, o secretário-executivo do MCom afirmou que existe a possibilidade de usar outros recursos para recuperar as redes. Mas o tema ainda está em conversa. Vale lembrar, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante anunciou no último sábado, 8, uma linha de crédito extra de R$ 15 bilhões para ajudar o Rio Grande do Sul a se recuperar.

RS precisa de apoio

Encontro Nacional da Abrint 2024

Fabio Badra, presidente da InternetSul (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Durante o seu discurso de abertura, Fábio Badra, presidente da associação de provedores InternetSul, afirmou que contam com o apoio do Governo Federal para ter esse retorno da conectividade para o cliente final. Afirmou ainda que mesmo com o impacto da crise climática, o setor se uniu e mostrou resiliência.

“No Rio Grande do Sul, nós estamos no momento em que civis ajudam civis. Estamos trabalhando de forma diária para saber quais ferramentas o governo vai prover para recuperar a conectividade no estado”, afirmou Badra.

O presidente da InternetSul também defendeu que a questão do Rio Grande do Sul é um problema de todos e que este obstáculo só será ultrapassado com um esforço “multissetorial”.

Mauricélio Oliveira, presidente da Abrint, reforçou que todas as associações apoiarem de alguma forma a reconstrução no estado, desde o começo, foi vital: “A cada rede ativada surgia uma nova esperança nas comunidades que a fibra (óptica) passava”, completou.

Imagem principal: Mauricélio Oliveira, presidente da Abrint; e Hermano Tercius, secretário-executivo do MCOM (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

 

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