As transações Pix por meio de mobile banking chegaram a um total de 16 bilhões em 2023, uma alta de 47% contra 11 bilhões de um ano antes. De acordo com dados da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, apresentada nesta quarta-feira, 26, no Febraban Tech, o movimento corrobora para a queda de operações em canais físicos.
Para efeito de comparação, as transações de pagamentos de contas em agências e postos de atendimento caíram 32%, de 188 milhões para 127 milhões e os saques em caixas eletrônicos diminuíram 10%, de 2,1 bilhões para 1,9 bilhão.
Além do mobile, é importante dizer que as transações do meio de pagamento instantâneo em máquinas de pagamentos somam 1,4 bilhão, um incremento de 50% contra 956 milhões de 2022; e o Internet banking têm 466 milhões, um crescimento de 9% contra 428 milhões na comparação ano a ano.
A federação dos bancos reforça que dos 114 milhões de usuários cadastrados no Pix (dado do Banco Central), a sua pesquisa aponta que 45% deles são heavy users (mais de 30 operações na pessoa física e 50 na pessoa jurídica por mês), um aumento de sete pontos percentuais ante 38% de 2022.
Para Rodrigo Mulinari, diretor responsável pela pesquisa da Febraban, o movimento de crescimento do Pix está ligado diretamente à popularidade do meio de pagamento pela conveniência e facilidade na jornada de uso, algo que está conectado com a facilidade de pagamento por meio de mobile e POS, por exemplo.
POS
A análise da Febraban ainda traz nesta edição os dados de transação de máquinas de cartão (POS). Ao todo, o segmento cresceu 5% com 21 bilhões de operações em 2023 contra 21 bilhões um ano antes. Já citado acima, o Pix foi a categoria que mais cresceu no POS com 1,4 bilhão, um aumento de 50% contra 956 milhões de transações em 2022.
Porém, o cartão de débito é o meio de pagamento mais usado nas máquinas de cartão com 12 bilhões de transações, em um crescimento tímido (2%) ante 11,9 bilhões de 2022. E o cartão de crédito soma 7,6 bilhões de transações, uma alta de 4% contra 7,4 bilhões na comparação ano a ano.
Vale destacar que a Febraban trouxe pela primeira vez a composição dos tipos de transações. Por cartão de débito, a transação por chip ou tarja (inserção) somou 60% em 2023, aproximação (NFC) e carteiras digitais com 40%. No cartão de crédito há um distanciamento menor com 51% para inserção 49% por cartões e wallets contactless.
Seguros e open finance
Outro ponto relevante do estudo é a digitalização do setor de seguros. Em 2023, 56% dos bancos passaram a oferecer pelo menos uma cotação de seguros em canais digitais. Ao todo, 18 milhões de simulações ou cotações foram feitas no último ano via digital.
Aqui vale destacar o mobile: 45% das 6 milhões de contratações de seguro em seu canal foram de previdência privada.
O estudo revelou ainda que as chamadas para APIs do open banking praticamente quadruplicaram (347%), de 11,5 bilhões para 52 bilhões. E 99% das chamadas se referem a APIs de fase 2, aquelas mais simples com dados cadastrais e transacionais, informações como contas, cartão de crédito e consentimento (opt-in).
Imagem principal: Rodrigo Mulinari (terno marrom), Febraban, Sergio Biagini, Deloitte (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)