O relatório de sustentabilidade do Google revelou um aumento de 50% nas emissões de carbono entre 2019 e 2023, de 9,7 milhões para 14,3 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono (tCO²e). Se comparado com os 12,6 milhões 2022, o aumento foi de 13%.
De acordo com a companhia, o resultado foi puxado pelo aumento de consumo de energia nos datacenters e aumento das emissões em sua cadeia de suprimentos, algo que está ligado diretamente ao avanço da inteligência artificial nos seus produtos e serviços.
“À medida que integramos ainda mais a IA nos nossos produtos, a redução das emissões pode ser um desafio”, reconhece o Google em trecho do seu relatório.
Os equipamentos de datacenter e escritórios fazem parte do escopo 2 da meta de carbono zero do Google. O escopo 2 (operacional e datacenters) representa 24% da pegada de carbono da empresa, o equivalente a 3,4 milhões de tCO²e, sendo que o consumo de energia em datacenters subiu 37%.
Por sua vez, o escopo 3 que está ligado ao supply chain e compra de produtos e serviços (como equipamentos para fazer os dispositivos Pixel) representa 75% do total de emissão de carbono, 3,4 milhões de tCO² e, um aumento de 8% contra 2022. A companhia afirmou que esta categoria não deve reduzir seu ritmo de consumo de carbono tão cedo com o avanço da inteligência artificial.
“Esperamos que as nossas emissões de escopo 3 continuem a aumentar no curto prazo. Devido ao aumento do Capex e aos aumentos esperados no nosso investimento em infraestrutura técnica para apoiar o crescimento empresarial e as iniciativas de longo prazo, especialmente aquelas relacionadas com a IA”, informou a empresa em outro trecho.
Menor entre os três, o escopo 1 está ligado às emissões geradas pelos escritórios do Google, o que representa 79,4 tCO²e, 1% do total, com uma queda de 13% contra 2022. Esse recuo foi puxado pela eletrificação em escritórios (incluindo Índia, Brasil, São Francisco e Chicago) seguido por uso de energia renovável.
Vale dizer, o Google tem mantido a meta de não emitir mais carbono até 2030 (net carbon). Para isso tem investido em fortemente em compra de energia renovável que totalizou 25,3 terawatt em 2023.
Também é importante destacar que Brasil e outras três regiões de datacenter do Google (Grã-Bretanha, França e Suíça) chegaram à marca de 90% de energia renovável em suas operações pela primeira vez. Na América Latina, o Chile também se diferencia com 91% de consumo de energia renovável.
A empresa tem atualmente 40 regiões de cloud e 24 datacenters próprios em seis continentes.
Imagem principal: Arte de Nik Neves para Mobile Time