O volume de perseguições (stalking no original em inglês) contra mulheres chegou a um total de 77 mil ocorrências em 2023, um crescimento de 34,5% contra 57 mil registros em 2022, segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta quinta-feira, 18.
Com dados de secretarias de segurança pública dos 27 estados brasileiros, o relatório reforça que o stalking é “uma forma de violência que passa a merecer ainda mais atenção”, pois pode acontecer com qualquer meio de comunicação, como “telefonemas, mensagens de texto, e-mails e redes sociais”.
O Anuário lembra que o stalking, assim como a violência psicológica contra a mulher (que também subiu 34% em 2023), se tornaram crime no Brasil apenas em 2021. E que esses crimes podem acontecer em qualquer ambiente (como o ambiente de trabalho e doméstico) e estão interligados, ou seja, quem faz o stalking faz a violência psicológica.
“Se por um lado o crescimento desses crimes é ruim, de outro lado os dados também podem significar um aumento da disposição das mulheres em buscar ajuda nesses casos, o que tem como consequência, em alguma medida, o reconhecimento da violência presente nessas condutas”, reforçou a instituição em trecho do relatório.
Stalking por estado
São Paulo é o estado com mais denúncias de perseguição, 25,5 mil. Em 2022 haviam sido 17 mil. Roraima é o estado com maior crescimento de ocorrências, 121%, passando de 237 para 524. E o Mato Grosso do Sul foi o estado com maior queda, 11%, de 1,3 para 1,2 mil registros.
Imagem principal: Arte de Nik Neves para Mobile Time