Com nome inspirado em uma deusa grega, a startup Doris foi idealizada em 2020 para mudar a experiência do consumidor de moda com as marcas. De acordo com o CFO da empresa, Fernando Morato, a ideia era tornar mais prática a aquisição de peças de roupa, de modo que essa experiência fosse diferente da que acontece ao comprar um eletrônico ou móvel no e-commerce e, ao mesmo tempo, que fugisse da rotineira ida ao provador, no caso das compras em lojas físicas.

Diante de um investimento total de US$ 15 milhões, que deve ser recuperado em 2025, a Doris quer se consolidar como um ecossistema que mudou a forma como as pessoas consomem moda.

Estudos e respostas

Para começar a empreitada, foram três anos estudando o que o mercado de IA oferecia para o setor. A realidade aumentada foi uma das tecnologias que chamou a atenção, no entanto, na prática não era tão aplicável. “Ela depende da roupa ter um design em 3D. Dentro de uma estrutura varejista, isso é inviável. Não há como cada peça ter esse desenho, sendo que dali três meses chega uma nova coleção e será necessário repetir o processo”, explica Morato.

A partir de 2021, as primeiras pesquisas sobre inteligência artificial generativa foram publicadas e a equipe da Doris focou nas soluções para geração de imagens. Nisso, especialistas do Uruguai entraram no projeto para desenvolver a tecnologia que, mais tarde, se consolidaria nos produtos da fashiontech. O ponto-chave, segundo o CFO, foi fazer a IA compreender as especificidades da vestimenta que lhe era apresentada.

Doris em diferentes versões

Com a ferramenta na mão, a empresa então lançou o seu primeiro produto neste ano, a Doris Widget. Ao receber duas fotos do cliente no site da loja, a aplicação extrai as medidas e gera o avatar com a roupa escolhida pela pessoa, com uma acurácia de 97%, segundo a Doris.

Em apenas cinco meses de mercado, a startup já consolidou parceria com 15 clientes, entre eles, Reserva, Decathlon, Malwee, Aramis, By Helena Bordon, C&A e Zapalla. Neste ínterim, a empresa constatou que a taxa de conversão média dos clientes, no mínimo, dobrou. Para Morato, a tecnologia traz garantias ao consumidor. “A prova de que está funcionando de ponta a ponta é que as devoluções das peças experimentadas com a Doris Widget caíram em cerca de 54%”, afirma.

No caso da Reserva, o usuário que já tem seus cliques no site, pode dispensar a ida ao provador quando achar algo de interessante pessoalmente. Para isso, basta escanear o QR code do local onde está a peça desejada e fazer a simulação.

Além das parcerias, recentemente a fashiontech lançou o Doris Mirror. Disponibilizado para lojas físicas, por meio dele, o consumidor consegue se visualizar com a roupa desejada. Para isso, precisa se posicionar em frente à aplicação, que faz a leitura do corpo da pessoa e cria um avatar.

Novidades

Em breve, a empresa lançará mais uma solução para o setor varejista de moda, chamado de AI Photoshooting. O produto foi pensado principalmente para lojas de fast fashion (marcas que lançam novidades com frequência) e facilitará a logística da sessão de fotos para expor os produtos no site, que demanda dinheiro e tempo. “Com apenas uma foto da peça, a IA cria um modelo vestindo essa roupa”, explica o CFO.

Outra solução que a empresa deve disponibilizar neste segundo semestre é o seu aplicativo. Através dele, o usuário que já tem seu próprio avatar, não precisará recriá-lo para outras lojas parceiras. A aplicação também memorizará os produtos adquiridos e permitirá combiná-los com peças desejadas. Além dos dois produtos, a tecnologia da Doris Widget subirá de nível e passará a extrair as medidas do consumidor com apenas uma selfie.

 

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