A Kyndryl deve lançar seu laboratório de redes 4G e 5G dentro de dois meses no Brasil. A informação foi confirmada ao Mobile Time por Maurício Suga, líder de prática de segurança & resiliência e network & edge da companhia, que explicou que faltam alguns equipamentos para completar o ambiente que ficará em Hortolândia, cidade a 97 quilômetros de São Paulo.

Feito em parceria com a Nokia, o espaço será usado para testes de aplicações e casos de uso em redes celulares privativas (RCPs) para o setor corporativo. No Brasil, a empresa ainda não tem casos de clientes que tenham implementado comercialmente RCPs, mas apenas testes.

Por outro lado, a Kyndryl tem instalado redes privativas no exterior, em mineração e indústrias químicas. Suga afirmou que esses clientes são globais e confirmou que há um cronograma para que essas companhias tenham suas redes privativas no Brasil em breve.

O líder da companhia acredita que o laboratório pode colaborar para o momento atual desse mercado no Brasil, uma vez que entre as grandes companhias que investem na tecnologia existe um grau de “maturidade e entendimento” sobre as RCPs. Mas agora é mais a questão da “criação de casos de uso”, ou seja, as aplicações em si.

Momento da Kyndryl

Em redes privativas, o executivo explicou que a Kyndryl atua como “um cocriador” com um papel consultivo e não tanto como “integrador”. Neste movimento, a companhia mira “compreender, entender e sustentar” o ambiente corporativo com casos de uso. Disse ainda que esse avanço depende de um momento de maturidade e entendimento da tecnologia.

“O nosso approach é muito consultivo. Para entender a necessidade de negócio. Temos a jornada de cliente que mapeia a necessidade do negócio. Após a jornada do cliente, nós entramos na tomada de decisão. Depois é o caso de uso, a gestão e a implementação. Fazemos isso olhando a rede e toda a infraestrutura em seu entorno, como edge computing, cloud e aplicações”, afirmou.

Mesmo com os avanços, a compreensão sobre o potencial das redes privativas é vista por Suga como a principal barreira para o avanço das RCPs no Brasil atualmente. Relatou que ainda há muita comparação entre o Wi-Fi e as redes celulares. Isso mesmo com algumas vantagens operacionais e de segurança para as redes proprietárias, como:

  • As ERBs in-a-box estão avançando e com isso as empresas não precisam montar “uma pequena operadora” para ter sua RCP;
  • A segurança de ter sua rede celular própria;
  • E o fato de ter espectro dedicado e licenciado.

Tecnologias

A Kyndryl defende que seus clientes tenham uma RCP própria, sem a operadora, em uma estratégia que visa a segurança e a flexibilidade das companhias, uma vez que têm:

  1. A frequência licenciada junto da Anatel;
  2. Um desenho seguro da rede, com criptografia no design, inclusive em lugares abertos;
  3. A possibilidade de criar aplicações com camadas de segurança dentro da rede.

“Nós temos projetos onde desenvolvemos uma camada de segurança na aplicação que faz o uso das informações que vêm da RCP. Isso garante, por exemplo, que em uma rede operacional somente dispositivos com o SIMCard correto acessem, ou que somente nesse dispositivo uma aplicação pode rodar e acessar a rede de maneira segura”, disse. “Então esse tipo de mecanismo permite que as redes privativas possam ser cada vez mais comuns. Principalmente quando nós estamos falamos de aplicações outdoor”, completou.

Dos padrões de rede que mais indicam no momento aos seus clientes, Suga afirmou que o LTE ainda é o ideal, pois os casos de uso  não precisam da performance do 5G, em especial para Internet das Coisas, que trafegam poucos dados. Mas reforça que empresas que desejam instalar RCPs precisam ficar atentas aos “avanços de mais IA e mais consumo de dados”, algo que precisará de uma performance melhor com uso do 5G.

Imagem principal: Líder de prática de segurança & resiliência e network & edge da Kyndryl Brasil, Maurício Suga (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

 

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