Um segmento ainda pouco explorado em redes celulares privativas (RCPs) no Brasil é o de segurança pública. A maioria das redes usadas por polícias e bombeiros são antigas, com tecnologias que não suportam transmissão de dados em banda larga. Alguns dos padrões usados são Tetra, Tetrapol e P25, dentre outros. A Ericsson acredita que haja demanda em potencial por RCPs para esse segmento, mas não necessariamente substituindo de imediato as redes legadas, conforme explica Rogério Loripe, vice-presidente de negócios da Ericsson para o Cone Sul da América Latina, em conversa com Mobile Time.

“Acreditamos muito na coexistência entre as redes antigas e as novas”, comenta Loripe. Com 4G ou 5G, as forças de segurança podem ter aplicações que demanda banda larga, como transmissão de vídeo. É importante ser uma rede privativa para garantir capacidade dedicada e maior controle sobre os dados trafegados.

Manufatura lidera demanda por redes celulares privativas

A Ericsson define como RCPs de missão crítica aquelas utilizadas por serviços de infraestrutura de um país, como energia, gás, água e ferrovias, além de segurança pública.

As RCPs para os demais setores são chamadas de redes “business critical”. Nesta classificação, o setor com maior proporção de projetos com equipamentos da Ericsson no mundo é o de manufatura, respondendo por 44% do total. Em seguida vêm mineração (12%) e aeroportos (11%).

“Temos intensificado o foco em redes privativas por entendermos que se trata de um mercado relevante, com potencial de crescimento nos próximos anos”, avalia o executivo.

Na sua opinião, os projetos de RCPs são puxados por casos de uso que geram eficiência produtiva ou aumento na segurança. Um exemplo recente é o da CJ Logistics, uma das maiores empresas de logística e distribuição da Coreia do Sul. Em um dos seus centros de distribuição foi instalada uma rede 5G privativa à qual se conectam sensores e AGVs para o transporte de mercadorias, o que gerou um aumento de eficiência em 20%.

 

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