Na França, o Ministério da Educação e da Juventude implementou a política “pause numérique”, ou na tradução livre, “pausa digital”, que proíbe a entrada de telefones celulares nas escolas. Trata-se de um teste que o governo francês faz com 50 mil estudantes de mais de 100 instituições. A medida quer controlar o cyberbullying e o vício em telas entre os jovens.

Vale dizer que, desde 2018 os telefones celulares são proibidos nas escolas francesas. Eles devem ser desligados e guardados nas mochilas. Mas a medida é pouco cumprida. Por isso, o governo resolveu radicalizar e proibir a entrada de smartphones nos colégios.

Objetivos da medida na França

O programa “pausa digital” tem três objetivos:

– Aumentar a concentração dos alunos para que eles não acessem redes sociais, joguem online ou colem nos testes e nas provas;

– Combater o cyberbullying: a pausa permite, ao menos durante as aulas, evitar incivilidades e agressões no mundo digital;

– Evitar a cobiça, extorsão ou roubo entre os alunos.

O teste será conduzido em 199 escolas que se voluntariaram para participar desta fase inicial.

As proibições

A medida prevê:

– proibição total do uso de celulares (tablets ou relógios conectados, por exemplo), mas não dos computadores na sala de aula;

– os celulares devem ser desligados e guardados. Lockers físicos por turma poderão ser oferecidos para que os alunos depositem os dispositivos ao entrarem na instituição (cacifos, sacos plásticos, bandejas… dependendo das possibilidades do colégio) – com uma inspeção visual para garantir que a medida seja aplicada;

– a proibição se aplica durante o tempo escolar e extracurricular (refeitório, recreio, estudo, internato etc.);

A proibição prevê também sanções possíveis: punição escolar (trabalho extra, detenção etc.), a confiscação do aparelho agora autorizada por lei (durante o período do dia com devolução ao aluno ou a um responsável legal).

Estão previstas exceções – como para estudantes com deficiência ou com alguma necessidade específica, como, por exemplo, fotografar as aulas para alunos disléxicos.

De acordo com o jornal Le Parisien, professores e supervisores já apontaram dificuldades na implementação prática da medida.

A ampliação nacional do teste deve ocorrer em 1º de janeiro de 2025, conforme os aprendizados e também as novas prioridades do próximo governo.