| Publicada originalmente no Teletime | A discussão quanto à consolidação de operadoras no bloco da União Europeia foi novamente endossada no bloco. O ex-presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, defendeu que a consolidação no setor de telecomunicações deve ser incentivada para garantir níveis mais elevados de investimentos.

A argumentação de Draghi se deu em um novo relatório encomendado pela Comissão Europeia sobre o estado da economia da região, e que fornece dicas sobre como manter a economia do continente competitiva. O autor, que também é ex-primeiro-ministro da Itália, foi convidado para a tarefa por Ursula von der Leyen, presidente da Comissão.

O documento propõe uma série de reformas para o setor de telecomunicações na União Europeia, com o objetivo de estimular a consolidação do mercado, aumentar os investimentos em conectividade e promover a inovação. Entre as áreas abordadas pelo relatório, destacam-se a lacuna de habilidades em TIC entre a Europa e os EUA, desafios de produtividade e a estratégia industrial do bloco.

No relatório, Draghi compara a situação do bloco com a de outras potências mundiais. Ele destaca que existem 34 grupos de operadoras de rede móvel na União Europeia, enquanto em países como Estados Unidos e China o número é bem menor. Em sua opinião, isso deve-se, em parte, à tendência da UE e de seus países de verem as fusões no setor com maus olhos.

“A iniciativa fundamental é modificar a posição da UE em relação à escala e consolidação das operadoras de telecomunicações para entregar um verdadeiro mercado único, sem sacrificar o bem-estar do consumidor e a qualidade do serviço”, discorreu. A Comissão decidirá agora quais recomendações adotar a partir do relatório de Draghi.

Fatia no bloco

Entre suas recomendações, Mario Draghi também indicou que a consolidação deve ser incentivada, que o mercado de telecomunicações seja definido em termos de UE, não em níveis de mercado individuais de cada país.

Ele também sugeriu que uma abordagem semelhante deveria ser adotada para as regras de licenciamento de espectro. Além disso, afirmou que deveria haver uma regulação menos comprometida em bloquear a consolidação nacional e, sim, com medidas mais rigorosas para empresas que abusarem de uma posição dominante diante da fusão.

O economista também pediu a criação de um “órgão de nível da UE com participação público-privada” para desenvolver padrões técnicos homogêneos para a implementação de APIs de rede e computação em edge, “como foi o caso do roaming na década de 1990”. Acesse o relatório completo aqui.