Foto: ITU Pictures/Flickr
Aqui no Museu Móvel, você já deve ter lido sobre o DynaTAC 8000X da Motorola, considerado o primeiro celular da história, através do qual aconteceu a primeira ligação de um telefone móvel. Por trás de ambos os feitos está Martin Cooper, um engenheiro elétrico, considerado um dos maiores inventores do século XX. O pai do celular nasceu em Chicago, nos Estados Unidos, no ano de 1928. Desde jovem demonstrava interesse por eletrônica e comunicação, e, por ali mesmo, Cooper estudou engenharia elétrica no Instituto de Tecnologia de Illinois (Illinois Institute of Technology – IIT). Após se formar, ele ainda serviu a marinha dos Estados Unidos, durante a Guerra da Coreia (1950-1953).
Na área de eletrotecnologia, a sua primeira empreitada foi na Teletype Corporation, onde ficou até 1954, quando se juntou à Motorola, como engenheiro sênior de desenvolvimento.
O início de um feito histórico
A chegada do engenheiro à marca estadunidense foi um divisor de águas, não só para a empresa, mas para uma tecnologia que domina o mundo nos dias de hoje. Ao longo de sua trajetória na Motorola, Cooper se dedicou à comunicação sem fio e foi o responsável pelo primeiro semáforo controlado por rádio, que ele patenteou em 1960. Também se dedicou ao desenvolvimento de rádios bidirecionais portáteis, muito usados por policiais e bombeiros.
Em meio a isso, em 1957, concluiu o seu mestrado também no ITT, na mesma área de formação. A partir de 1970, deu início ao projeto que resultou na criação do primeiro celular da história. Entre 1972 a 1973, liderou a equipe responsável pelo desenvolvimento do protótipo. Pela Motorola, Cooper ainda assumiu os cargos de vice-presidente e diretor de pesquisa e desenvolvimento, durante cerca de cinco anos.
O DynaTAC 8000X chegou ao mercado apenas em 1983, com preço salgado e representando status. Naquele mesmo ano, com 29 anos de carreira na empresa, o inventor achou que era o momento de partir para outro desafio profissional.
Outros projetos
Além de ter se dedicado à Motorola, Cooper quis criar seus próprios negócios, todos ligados à tecnologia sem fio. No ano de 1986, resolveu vender uma de suas empresas, a CBSI Cincinnati Bell, que foi comprada por US$ 23 milhões. Com o valor, o engenheiro fundou ao lado da esposa, Arlene Harris, a Dyna LLC, focada no desenvolvimento de tecnologia e serviços wireless. A companhia foi base para a criação de outras, como a ArrayComm (1996) e a GreatCall (2006), responsáveis, respectivamente, por softwares para sistemas sem fio e serviços para o Jitterbug, aparelho celular destinado ao público mais idoso.
Em 2013, Cooper recebeu da Academia Nacional de Engenharia com o prêmio Charles Stark Draper. Em entrevista à AFP, dez anos depois, aos 94 anos de idade, o engenheiro lamentou que as pessoas fiquem tanto tempo presas às telas dos smartphones. Apesar disso, continua sendo um grande entusiasta da tecnologia e gosta não só de acompanhar as novidades, mas usá-las também.