O Google poderá ser dividido em diferentes empresas. A sugestão foi dada pelo governo dos Estados Unidos ao Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) do país depois que a big tech foi declarada um monopólio ilegal em um processo que começou no início de 2023. A proposta é separar sua área de busca das operações do Android, Chrome e da loja de aplicativos, a Google Play.

O governo dos EUA argumentou no caso que o Google utilizou várias táticas e produtos interligados sob seu controle para excluir concorrentes no setor de buscas, deixando os consumidores com poucas opções e um mercado de motores de busca menos inovador.

A recomendação do Departamento de Justiça surge após o juiz distrital dos EUA, Amit Mehta, ter decidido, em agosto, que o Google violou a lei antitruste dos EUA com seu negócio de buscas. A empresa, de acordo com a sentença, estaria eliminando a concorrência e sufocando a inovação. Assim, ele estabeleceu um cronograma para um julgamento sobre as soluções propostas entre março e maio e planeja emitir uma decisão até agosto de 2025.

Os remédios

Entre as outras possibilidades de remédios dadas estão: restringir a inteligência artificial do Google que explora outros sites para fornecer resultados de pesquisa; e impedir a plataforma digital de pagar bilhões de dólares a empresas, como a Apple, anualmente, para garantir que o Google seja o motor de busca padrão em smartphones como o iPhone.

Outra proposta levantada pelo governo permitiria que as empresas optassem por não ter suas informações usadas pelo Google ao fornecer respostas aprimoradas por IA nas consultas de pesquisa dos consumidores.

Os advogados escreveram que a capacidade do Google de usar seu poder de monopólio para alimentar os recursos de inteligência artificial é uma barreira emergente à concorrência e corre o risco de consolidar ainda mais o domínio do Google.

A resposta do Google

Em uma publicação no blog da big tech, Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de assuntos regulatórios, classificou as sugestões como excessivas e afirmou que o departamento está “sinalizando pedidos que vão muito além das questões legais específicas” deste caso.

“O excesso de intervenção do governo em uma indústria em rápida evolução pode ter consequências negativas indesejadas para a inovação americana e os consumidores.”

A executiva também defendeu que não se mexa nos negócios do Chrome e Android por modificar o modelo de negócios, aumentar os custos, entre outros motivos.

“Investimos bilhões de dólares no Chrome e no Android. Separá-los mudaria seus modelos de negócios, aumentaria o custo dos dispositivos e prejudicaria a robusta competição do Android e do Google Play com o iPhone e a App Store da Apple.”

O Departamento de Justiça conduzirá a coleta de provas nas próximas semanas e apresentará uma proposta mais detalhada no próximo mês.