A tokenização da economia é a forma pela qual se farão negócios. Ela não cria novos mercados. E vai chegar um momento em que a digitalização em si não será mais discutida. A previsão é de Carlos Ratto, executivo de banking, conselheiro e membro do conselho do Safra. O representante do banco lembrou que o Brasil evoluiu muito no tema e que precisa ser mais eficiente, melhorar a execução e ser mais transparente para que se tenha mais auditabilidade.

Safra

Carlos Ratto é executivo de banking, conselheiro e membro do conselho do Safra. Imagem: reprodução de vídeo

“A tokenização não cria produtos novos ou mercados novos. Ela facilita o acesso do investidor a ativos que já existem. Eles não são levados a público porque não têm a eficiência necessária que a digitalização pode trazer para que esses ativos sejam levados a um público maior”, explicou Ratto durante sua participação em evento organizado por Nuclea e Febraban, nesta quinta-feira, 10, no Rio de Janeiro.

Luis Vicente de Chiara, diretor jurídico da Febraban, concordou com a fala de Ratto. “O que temos com a nova tecnologia nada mais é do que uma representação do que já acontecia quando aquilo era feito em papel, em uma cártula, e que passou para livros certificados. Era o sistema de tecnologia centralizada, tipo mainframe, e agora temos um sistema de tecnologia descentralizada”, explicou.

Ou seja, são modelos que ajudam a realizar os negócios, sejam eles do mercado bancário ou do mercado de capitais. Para Chiara, não existe alteração do que vem sendo feito até então e, por isso, a regulação deveria ter “uma linearidade com um registro do que é feito hoje, só que com uma tecnologia descentralizada”, completou.

Regulação: é preciso para os novos atores, mas não para a tokenização

O representante do Safra disse também que a tokenização não deveria requerer novas legislações.

“A gente já tem um mercado muito desenvolvido no Brasil, de diversos ativos negociados que evoluíram ao longo do tempo. Temos um ambiente extremamente maduro e o Brasil é um dos mercados financeiros e de capitais mais desenvolvido do mundo. Não podemos nos esquecer disso quando falamos da tokenização. Ela vem para somar, vem agregar àquilo que a gente faz muito bem”, resumiu.

Febraban

Luis Vicente de Chiara, diretor jurídico da Febraban. Imagem: reprodução de video

Chiara defendeu que os novos atores que ingressam neste mercado digital devem ser igualmente regulados. Para ele, os players que operam atualmente são “extremamente regulados” e os novos entrantes deveriam ter uma regulação “obviamente respeitando seu porte e capacidade de penetração no mercado, o risco que ele traz ao mercado, mas tem que ter”.

Para a Febraban é importante também que a regulamentação seja específica para cada atividade que este entrante se propõe a fazer.

Outro ponto destacado pelo advogado é a importância de respeitar livre circulação do mercado e deixar que ele estipule a precificação das atividades e serviços que vão surgir.

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!