O Nubank (AndroidiOS) lançou sua operadora virtual móvel nesta quarta-feira, 29, a NuCel. Feita em parceria com a Claro, a MVNO será totalmente controlada pelo app, isso inclui a portabilidade e o provisionamento do chip telefônico virtual (eSIM).

A CEO do banco digital no Brasil, Lívia Chanes, afirmou que a NuCel começa com eSIM por uma questão de tecnologia e faseamento neste primeiro momento. Por sua vez, Paulo Fonseca, responsável da operação da MVNO, afirmou que o eSIM é “uma porta de entrada mais fácil e com mais possibilidade de cross-sell” para novos entrantes.

A executiva afirmou ainda que o eSIM não deve ser barreira para os clientes em um primeiro momento, pois o banco tem em sua base dezenas de milhões de consumidores com smartphones aptos ao eSIM, inclusive correntistas que não são de alta renda.

Vale explicar que, em teoria, o chip virtual está disponível apenas em smartphones mais caros (a partir de R$ 2,5 mil), o que impossibilitaria o acesso da população de baixa renda com smartphones menos custosos e sem o eSIM. Mas a base de handsets do banco comprova que há público para dar um respaldo ao começo da operação.

Mesmo iniciando com o chip virtual, Chanes confirmou que o Nubank terá o SIMCard físico em sua operação. A executiva analisa que um dos problemas dos negócios de MVNO para o consumidor final é a distribuição e a base de usuários, algo que o banco tem experiência através do atendimento (além da entrega de cartões de crédito e débito) para 95 milhões de clientes no Brasil.

Porém, ainda não há data definida de quando os SIMCards chegarão.

No radar da NuCel

Durante a apresentação para a imprensa nesta terça-feira, os executivos do Nubank ainda responderam o que está no radar para o futuro da operação. Chanes afirmou que a operadora móvel virtual não se paga no começo, mas acredita que os direitos econômicos estão “super saudáveis” para apostar neste segmento e atrair sua base de clientes para os planos, algo que espera que aconteça rapidamente.

A executiva descartou para o momento, mas analisam para o futuro:

  • A expandir para México e Colômbia, pois, as duas operações estão em outro momento de maturidade;
  • Avançar para uma oferta combinada com outros serviços de telecomunicações, como Internet fixa e TV/streaming.

Para Mobile Time, Fonseca afirmou ainda que não está no radar avançar para M2M com conectividade para clientes PJ do segmento de adquirência, ou seja, a linha do NuCel em máquinas de cartão (POS). Pelo menos não neste momento.

Vale lembrar, a Claro – fornecedora de conectividade e parceira do Nubank na NuCel – tem experiência com a oferta de conectividade para POS para Safra Pay que chegou a ter uma MVNO, a Cinco Telecom. Mas, o banco incumbente saiu deste mercado e passou sua licença para a alemã Emnify.

Imagem principal: Lívia Chanes, CEO do Nubank no Brasil (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)