Após a implementação do projeto Origem Verificada, que autentica chamadas telefônicas feitas por empresas para os consumidores finais, a Anatel pretende fazer o mesmo para campanhas de SMS A2P.

A agência está à procura de soluções que possam identificar e autenticar as mensagens de texto, tal como será feito no Origem Verificada para as ligações telefônicas, de maneira a aumentar a confiança do consumidor em abrir essas mensagens e reduzir o risco de fraudes.

A informação foi compartilhada por Marco Antônio Gomes, coordenador do processo de acompanhamento da relação entre prestadoras da Anatel, em palestra na no MobiMeeting Finance + ID, evento realizado por Mobile Time em São Paulo na última quarta-feira, 30.

Análise

Hoje, a quantidade de tentativas de golpe é um dos maiores detratores do SMS. O uso de números curtos pelas empresas já não é mais suficiente para diferenciar mensagens legítimas, pois os fraudadores conseguem emulá-los.

A Juniper Research prevê uma queda de 20% no tráfego global de SMS, de 5,2 trilhões de mensagens em 2024 para 4,1 trilhões em 2029, e um recuo de 28% na receita global com o serviço, de US$ 66 bilhões para US$ 47 bilhões em cinco anos. Parte dessa queda se deve às fraudes, mas outra parte, ao aumento da concorrência por meio de outros canais, como WhatsApp e RCS.

A intenção da Anatel para salvar o SMS é louvável. A dúvida é se o socorro não chegará tarde demais, haja vista a tendência de migração de clientes do SMS para o RCS, novo serviço de mensageria móvel que conta com um mecanismo de autenticação próprio.

Foto no alto: Marco Antônio Gomes, da Anatel, durante o MobiMeeting Finance + ID 2024 (Crédito: Adriano Duque)