A Rocket Lab está mudando a sua estratégia de mercado com a expansão de seu portfólio. Antes uma companhia de marketing mobile, a empresa passa a ser um hub de crescimento de aplicativos (app growth hub, no original em inglês) com três produtos novos e um renovado:
- Apple Search Ads (ASA), com anúncios diretamente na App Store;
- First Impact Ads, com campanhas mobile via smartphones Android por meio de Claro e Vivo e fabricantes como Lenovo/Motorola, Xiaomi, Huawei, vivo e Transsion;
- Mídia Programática, com compras automatizadas de anúncios em mais de uma plataforma DSP (Demand Side Platform);
- Reach Beyond (criado em 2019, mas repaginado), que serve para expandir campanha mobile com diversas fontes de tráfego, como SDKs e redes nativas de anúncios.
Em conversa exclusiva com Mobile Time, Daniel Simões, country manager da Rocket Lab, explicou que os três novos produtos representaram 20% da receita da empresa no terceiro trimestre. Até o final do ano devem representar 30% do faturamento e no final de 2025 será 50% do total.
O executivo afirmou que essa estratégia é baseada nas tendências que a Rocket Lab tem visto no mercado de publicidade móvel, que passou por três momentos:
- Antes da pandemia do Novo Coronavírus, era um mercado maduro e focado na aquisição de clientes;
- Durante o auge da pandemia, 2020 e 2021, a preocupação passou a ser a comunicação e a relevância das marcas no mobile;
- E, no pós-pandemia, 2022 a 2024, o importante passou a ser engajamento e crescimento da base.
Atualmente, são necessários aquisição, relevância e engajamento para entregar o tão esperado crescimento do app. Simões reforça que isso acontece em todas as etapas do funil: “Antes, focávamos apenas no radar da aquisição. Então, incorporamos mais três produtos que vão ajudar a ter essas funções combinadas. É um sistema interligado que permite que essas soluções se complementem”, disse, ao lembrar que os produtos também podem ser usados de forma unitária.
Neste novo portfólio, a Rocket Lab vai continuar focando em clientes de e-commerce e fintechs, mas podem avançar para novos setores, como educação. Explicou ainda que esse portfólio é o maior investimento já feito pela Rocket Lab e que envolveu mudança estrutural, criação de squads e contratação de diversos profissionais especialistas do mercado.
ASA e OEM
Das três novas soluções, o country manager aponta que o ASA é aquele que deve atrair mais clientes, pois algumas empresas tinham deixado de lado em apostar em campanhas para dispositivos Apple após a mudança do iOS 14, que trouxe mudanças pesadas à coleta de dados para publicidade.
O executivo da Rocket Lab explicou ainda que o ASA traz a possibilidade de fazer campanhas de aquisição e até criar páginas dentro da App Store em um momento crucial para alcançar o consumidor: quando ele está baixando o app. Também acredita que a solução de OEM tem potencial por ter possibilidade de segmentação (com privacidade e respeitando a LGPD) por comportamento, apps usados, geolocalização e comunicação direta via push notification.
Simões afirmou ainda que, por ser uma empresa com footprint global, as soluções são padronizadas, mas “têm um toque local”. Um exemplo é que o ASA, que é plugada na Apple, tem faturamento em dólar, mas criaram um sistema para pagamento em real para seus clientes no Brasil.
Imagem principal: Arte de Nik Neves para Mobile Time