A Unico, empresa brasileira de soluções de identificação e autenticação digitais, enxerga nas plataformas de aposta (bets) um novo mercado a ser explorado. Isso porque a regulamentação desse setor exige que a partir de janeiro de 2025 a biometria facial seja utilizada para autenticar o apostador em quatro situações distintas: 1) abertura de conta; 2) alteração de dados cadastrais (email, senha etc); 3) reativação de conta; 4) e saque (cash-out). Provas de conceito estão em andamento com a solução da Unico com algumas bets.

O objetivo da regulamentação é bloquear o acesso de pessoas que estejam impedidas de apostar, como menores de idade ou atletas, por exemplo.

Desafios no mercado de bets

Há alguns desafios comerciais pela frente. O primeiro deles é o fato de as bets encararem a biometria facial como um custo, ao contrário dos setores bancário e varejista, que utilizam essa tecnologia para reduzir fraudes, o que facilita a justificativa do investimento, pois o retorno financeiro é rápido e facilmente comprovado.

Outro desafio é conhecer o tamanho desse mercado. Ninguém sabe ao certo qual é o volume de transações no Brasil que vão requerer a biometria facial.

“Não temos clareza do tamanho desse volume transacional. Precisamos aferir o volume transacional de onboarding, reativação de contas, alteração cadastral e saques”, comenta Felipe Magrim, diretor de políticas públicas da Unico, em conversa com Mobile Time.

Alguns apostadores costumam fazer saques de baixo valor, às vezes menos de R$ 1, por conta da facilidade de transferência via Pix. Talvez seja necessário redesenhar processos ou modelos de negócios para viabilizar a autenticação por biometria facial nesses casos.

A tecnologia da Unico

A solução da Unico atualmente é determinística. Em vez de apresentar um score que indica o grau de certeza de identificação, ela responde com segurança se a foto é ou não é daquela pessoa. O score só é apresentado quando a análise é inconclusiva, geralmente porque há algum problema na captura da foto, como um ambiente com pouca luz.

A Unico não informa quantas pessoas têm em sua base de dados, mas afirma que consegue identificar nove em cada dez brasileiros. Se algum não estiver em sua base, a solução verifica em bases de terceiros, como a do Serpro. Se mesmo assim a pessoa não for identificada, é solicitado o envio de uma selfie com um documento com foto.

A Unico também vai oferecer ao mercado de bets uma solução de reuso de documentos. O objetivo é facilitar o onboarding: em vez de o apostador ter que apresentar seus documentos no app da bet, poderá aproveitar aqueles que já foram em algum momento cadastrados na base da Unico.

 

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