A chegada do 6G na próxima década deve trazer uma integração entre redes não-terrestres (NTN) e terrestres, explicou Giovanni Romano, expert do 3GPP na Novamint, uma empresa que desenvolve projetos de pesquisa em telecomunicações para outras companhias. Durante o 6G Briefing, evento realizado no MIS-SP nesta terça-feira, 12, executivo afirmou que a rede de sexta geração com satélites deve ser construída em cima do 5G NTN.
Também afirmou que há desafios neste processo de integração das redes, além da atual construção do arcabouço tecnológico do 5G com comunicação satelital.
Entre um dos problemas, Romano apontou o fato de que muitas soluções comerciais são baseadas em tecnologias proprietárias e dependem de devices dedicados. Isto em um cenário em que a indústria de satélites está em crescimento.
Para o representante da Novamint, o que trouxe esse salto foi a liberação do release 17 do 3GPP com especificações permitindo ao new radio (5G) suporte baseado em satélite, assim como NB-IoT e eMTC (enhanced machine-type communication). O objetivo é garantir a comunicação direta de satélites (D2C) com:
- Smartphones;
- Aplicações de verticais;
- Internet das Coisas (IoT).
Uso do 6G com satélites
Com esses padrões definidos, os cenários de uso em 5G NTN pela UIT consideram comunicação imersiva (eMBB), comunicação massiva (mMTC) e comunicação de baixa latência hiperconfiável (HRLCC). Para o 6G, a comunicação com satélites deve ter cenários de conectividade ubíqua, comunicação com inteligência artificial e sensores integrados com comunicação.
Outro ponto a se considerar na integração é a migração de dispositivos de IoT em massa para o 6G. Embora a mudança de handset esteja em torno de quatro anos, o ciclo de dispositivos de Internet das Coisas é muito maior. Como exemplo, Romano citou um medidor inteligente de eletricidade que pode durar até 20 anos.
Imagem principal: Giovanni Romano, expert do 3GPP na Novamint (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)