As grandes empresas na América Latina estão trabalhando cada vez mais com uma arquitetura de nuvem híbrida e múltipla (multicloud). Recente pesquisa encomendada por Intel e Red Hat e realizada pela IDC com CIOs e outras lideranças de TI de 514 empresas da região aponta que 66% delas utilizam entre dois e cinco provedores de nuvem e 7%, até 10 provedores.
A estratégia tem sido distribuir os sistemas em diferentes nuvens, aproveitando as vantagens de cada uma, e também deixar aqueles mais sensíveis dentro de casa, em um data center próprio. De acordo com a mesma pesquisa, 39% dos sistemas das grandes empresas da América Latina estão em data center próprio (on-premise); 25% em infraestrutura pública (IaaS ou PaaS); 21%, em data center contratado em modo de colocation; 8%, em data center contratado em modo de hosting; e 7%, contratado na forma de SaaS na nuvem do provedor.
“A melhor arquitetura é aquela que melhor atende o cliente. A tendência é dividir os workloads. Parte fica em casa e parte, na nuvem”, explica Fabiano Sabatini, gerente de parcerias e alianças e lead IoT Latam da Intel, em conversa com Mobile Time.
“Nem tudo faz sentido levar para a nuvem. E existem múltiplas opções de nuvem, cada uma com pontos fortes e fracos. Uma cloud pode ser boa para IA, outra para IoT etc. As empresas não devem ficar limitadas a um único provedor. Falamos sobre nuvem híbrida há seis anos, mas somente nos últimos dois anos é que parece que caiu a ficha do mercado”, comenta Thiago Araki, diretor de tecnologia da Red Hat, também em conversa com Mobile Time.
Em geral, sistemas mais críticos para as empresas ou que lidam com dados sensíveis têm permanecido em data centers próprios, enquanto aqueles de produtividade vão para a nuvem. No caso de sistemas de inteligência artificial e machine learning, em razão do alto custo de processamento ou por causa da segurança dos dados, também há preferência por mantê-los on-premise.
Os desafios da multicloud
Há vários desafios por trás de uma arquitetura multicloud. O primeiro deles é a segurança: é preciso garantir que as políticas de dados estejam bem desenhadas, definindo como os dados serão enviados e quem pode ter acesso a quais deles.
Outro desafio é contar com mão de obra especializada e qualificada para lidar com tantos sistemas de provedores diferentes.
Por fim, existe o desafio da gestão do custo. É preciso avaliar com cuidado qual a distribuição mais eficiente dos workloads entre as diferentes nuvens, tanto do ponto de vista operacional quanto do financeiro, alerta Sabatini, da Intel.
“É aí que entra a Red Hat. Provemos tecnologia, serviços e treinamento que minimizam a complexidade de nuvem híbrida. Criamos uma única camada de gestão. Assim, a empresa pode trabalhar em várias nuvens com as mesmas skills, o que traz flexibilidade e poder de escolha”, conclui Araki, da Red Hat.
Ilustração no alto: Nik Neves para Mobile Time