A Blip levantou US$ 60 milhões em uma rodada série C de investimento liderada pelo Softbank e com a participação da Microsoft. O dinheiro será utilizado para acelerar a expansão internacional da empresa e o desenvolvimento de novos produtos, especialmente nas áreas de inteligência artificial generativa, geração de demanda e pagamentos. Novas aquisições estão sendo analisadas, revela o CEO e cofundador da Blip, Roberto Oliveira, em conversa com Mobile Time.
Vale destacar a importância estratégica dos dois novos sócios. A Microsoft tem um vasto portfólio de produtos digitais, muitos deles já utilizados pela própria Blip, como a nuvem Azure, além de ser uma das principais acionistas da OpenAI, criadora do ChatGPT. E o Softbank é investidora de 476 empresas ao redor do mundo, o que oferece uma rede de networking relevante. “Não poderia ter sócios melhores agora que pensamos em escala global”, resume Oliveira.
“A Blip já é nossa cliente. Só que o mais importante não é usar a nossa nuvem, mas usá-la em sua capacidade máxima, de forma a trazer benefícios para os clientes dela, para o acionista e para o mercado que ela atende”, comenta Franklin Luzes, Latin America Digital Natives Lead na Microsoft, também em conversa com Mobile Time.
Softbank explica o investimento ba Blip
Alex Szapiro, managing partner do SoftBank na América Latina, explicou a Mobile Time por email a razão do investimento: “Vemos uma grande oportunidade para ecossistemas de negócios se desenvolverem em cima de plataformas de conversação, especialmente na América Latina, onde a penetração de plataformas sociais é tão alta. É um ambiente de rápido desenvolvimento, com fortes ventos a favor por conta da GenAI. Acreditamos que a posição de liderança da Blip na América Latina coloca a empresa em uma posição única nesse mercado. Por isso decidimos investir.”
Szapiro destacou ainda o valor que o Softbank pode agregar à investida: “Nosso alcance global, numa rede de 476 empresas investidas em todo o mundo, nos traz um networking e uma capacidade única de alavancar a expansão internacional dos negócios da Blip. Além disso, temos na América Latina um time com vasta experiência em operação, que pode contribuir para o desenvolvimento da empresa como um todo.”
Geração de caixa e novos pilares
Oliveira ressalta que hoje em dia os investidores procuram empresas que geram caixa. Ele garante que o crescimento sustentável da companhia continuará sendo a sua tônica.
“Nossa expectativa para 2025 é de uma importante geração de caixa, principalmente na operação brasileira, que é relevante e consolidada, e uma aceleração da expansão internacional com foco grande nas regiões em que já operamos: América Latina e Europa. E também olhamos outros territórios. Somos simpáticos a entrar em novas geografias por meio de aquisições. Temos conversado com muitas empresas”, relata o CEO.
Segundo o executivo, o foco da companhia está em três pilares: 1) interações, que serão cada vez mais fortalecidas por IA generativa; 2) geração de demanda, com uso de IA para ser cada vez mais assertivo na construção de audiências e no aumento da conversão; 3) pagamentos e serviços financeiros. “Queremos entregar pagamentos seguros em um ‘blip’, como dizemos aqui”, acrescentou.
A Blip passou anteriormente por outras duas rodadas de investimento (séries A e B), ambas lideradas pelo fundo Warburg Pincus, com as quais levantou US$ 170 milhões. Parte desse dinheiro foi utilizado na aquisição da mexicana GUS, que lhe garantiu presença nos mercados mexicano e espanhol, com escritórios na Cidade do México e em Madri.
A empresa cogita também uma futura abertura de capital, mas aguarda um momento propício do mercado para realizar esse movimento.
Foto no alto: Roberto Oliveira e Alex Szapiro (Crédito: divulgação)