A Bemobi vai oferecer às operadoras de telefonia móvel o pagamento de faturas de pós-pago com Pix automático e a compra de recargas de pré-pago com Pix por biometria. As duas novas funcionalidades do sistema de pagamentos instantâneos têm lançamentos previstos pelo BC para o ano que vem e serão integradas à plataforma de pagamentos da Bemobi. O objetivo é aumentar a conversão, diminuir os custos e reduzir a fricção no processo de pagamentos dos consumidores de telefonia móvel, explica o CEO da companhia, Pedro Ripper, em conversa com Mobile Time.

Pix automático no pós-pago

O Pix automático será uma opção para o pagamento recorrente de faturas de planos pós-pagos, no lugar do boleto bancário e do débito automático. Na comparação com o boleto, o Pix automático tem um custo menor e uma conversão maior. “O Pix automático vai engolir o boleto”, prevê Ripper. O débito automático, por sua vez, tem maior fricção, em razão do seu processo de ativação junto aos bancos.

No Pix automático, o assinante autoriza a operadora a cobrar diretamente do seu banco o valor da fatura, com pagamento instantâneo. Essa autorização poderá ser feita de duas formas: 1) através do app operadora o cliente vai aderir a esse meio de pagamento, sendo redirecionado ao app do seu banco para dar a validação necessária (jornada tradicional do Pix); 2) através de um QR code fornecido pela operadora, o cliente entrará no app do banco diretamente na tela para autorização do Pix automático (jornada via Open Finance). A Bemobi vai oferecer os dois caminhos.

A nova funcionalidade de pagamento instantâneo também servirá como alternativa em planos de telefonia que hoje cobram por cartão de crédito, como muitos dos planos Controle. O cartão de crédito oferece uma boa conversão, mas eventualmente pode haver algum problema que impeça a cobrança. Nesses casos, é feita uma nova tentativa, eventualmente trocando de rede de adquirência. Se mesmo assim o cartão não passar, hoje é enviado um código Pix dinâmico para o cliente pagar. Com o Pix automático, o cliente não terá mais o trabalho de copiar e colar o código para efetuar o pagamento no app do banco.

Pix por biometria na recarga do pré-pago

O chamado Pix por biometria na prática vai viabilizar a compra de recarga de pré-pago com Pix sem a necessidade de redirecionamento para o app do banco.

Hoje, o cliente que escolhe comprar uma recarga com Pix iniciando a jornada pelo aplicativo da operadora precisa copiar um código e depois abrir o app do banco para colá-lo. Essa fricção é um dos motivos pelos quais a maior parte das recargas digitais acontecem em canais de terceiros, como os apps de bancos, em vez dos apps das operadoras.

No Pix por biometria, o cliente vai autorizar a operadora a iniciar um pagamento com Pix a partir do seu próprio app. Essa autorização é feita somente na primeira vez no app do banco. Depois disso, todas as recargas passam a ser pagas por Pix em apenas um clique diretamente do app da operadora, ou seja, sem redirecionamento, mas sempre com validação biométrica usando o hardware do seu aparelho (biometria facial pela câmera ou leitura de digital).

“Entre 85% a 90% das recargas hoje acontecem em canais de terceiros, não nos canais das operadoras. Quando tivermos uma jornada boa e integrada com Pix, poderemos melhorar esse mix. Isso traz o cliente de volta para o canal da operadora. O processo de recarga é uma oportunidade de contato da tele com o seu cliente, quando pode oferecer um upgrade de plano ou a venda de um serviço de valor adicionado”, argumenta Ripper.

Licença do BC e cronograma

É esperado que o Banco Central lance o Pix por biometria e o Pix automático em fevereiro e junho de 2025, respectivamente. Para operar com Pix, a Bemobi optou por adquirir o controle de uma instituição de pagamento que possui licença do BC para atuar como Iniciador de Transações de Pagamento (ITP). A compra aguarda a anuência do órgão regulador, processo que tende a ser mais rápido do que se a Bemobi fosse solicitar diretamente essa mesma licença ao BC.

“As anuências costumam demorar entre três e quatro meses, enquanto uma nova licença do Pix pode levar 12 meses. Devemos ganhar cerca de oito meses com essa decisão”, justifica Ripper.

Além do setor de telecomunicações, a Bemobi pretende integrar o Pix à jornada de pagamento de outros setores onde atua, especialmente aqueles com cobranças recorrentes, como energia, educação, seguro saúde e provedores de Internet, relata o executivo.

 

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