“A regulação da inteligência artificial deve partir, em todo o seu escopo, da iniciativa privada. E, para isso, deveríamos trabalhar juntos para evitar que venham depois com algumas ideias que vão inibir o desenvolvimento tecnológico”. A fala é do presidente do Sistema Fecomércio RJ, Antonio Florencio de Queiroz Júnior, durante o IA Rio, evento promovido pelo Senac RJ no Centro do Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 26.
A Fecomércio contribuiu, por meio da Confederação Nacional do Comércio, com sugestões para o Projeto de Lei 2338 que tramita na Comissão Temporária Interna sobre Inteligência Artificial do Senado. Porém, Queiroz acredita que a entidade empresarial deveria participar de uma forma “mais efetiva”, por medo de deixar a regulação nas mãos do poder público.
“Tenho muito medo de deixar essa regulação com o poder público. Em primeiro lugar porque o poder público não está preparado para trabalhar com inteligência artificial. Não é só sobre mão de obra, mas hardware também”, disse em conversa com Mobile Time.
Em segundo lugar, o presidente da Fecomércio receia que os congressistas criem leis muito rigorosas e que, com isso, formem-se barreiras que inibam a inovação.
“Quando vai para o legislativo, existe sempre uma tendência de pesar a mão. Existe sempre uma tendência de se criar barreiras acima do necessário. Existe necessidade de regulação?”, questionou Queiroz. “Em algum momento vai existir. Mas acho que não é o momento”.
Fecomércio pede tempo para criação de uma regulação
Queiroz acredita que a tecnologia está se desenvolvendo e não chegou ao seu ápice. Ele vê uma regulação neste momento como algo perigoso e que a IA deveria “caminhar um pouco mais”. “Hoje você discute fantasmas, temores que na verdade ainda não têm uma forma concreta. E temos a tendência no nosso país de fazer a coisa mais rígida do que o necessário. E a rigidez vai inibir o empreendedor, o desenvolvimento tecnológico. É o nosso temor. Deus queira que esteja errado”, completou.
Por isso, o presidente reforça a importância de que a iniciativa privada apresente um escopo de legislação. “É quem está no mercado. É quem sabe”, conclui.