O Presidente Lula disse ser “extremamente grave” a mudança na moderação de conteúdo nas plataformas digitais da Meta. Em conversa com jornalistas nesta quinta-feira, 9, ele defendeu que os comandantes das plataformas digitais não podem achar que podem ferir a soberania de uma nação.
“Vou fazer uma reunião hoje para discutir a questão da Meta. É extremamente grave as pessoas quererem que na comunicação digital não tenha a mesma responsabilidade de um cara que comete crime na imprensa escrita”, comparou. A reunião ficou para esta sexta-feira, 10.
A Meta anunciou na última terça-feira, 7, mudanças na moderação de conteúdo e cancelou a checagem de fatos feita em parceria com agências de notícias. A empresa também reduziu os filtros e passou a permitir a discussão de temas sensíveis ligados a imigração e à comunidade LGBTQIA+. As mudanças começam nos Estados Unidos, mas devem chegar a outros países.
Na última quarta-feira, o MPF (Ministério Público Federal) de São Paulo pediu esclarecimentos para a Meta sobre as mudanças. A empresa tem 30 dias úteis para responder como vai lidar com temas que vão além da liberdade de expressão e ferem as leis nacionais como racismo, injúria, calúnia e difamação, mas também como vai lidar com a desinformação que circula nas redes sociais.
Vice-presidente
Em entrevista à Rádio Eldorado, o vice-presidente Geraldo Alckmin também se manifestou nesta quinta-feira sobre o tema e afirmou que as big techs devem ser responsabilizadas e a regulação deve avançar no Brasil.
“Não é possível você ter uma plataforma de presença global, sem responsabilização. Não pode desinformar as pessoas, não pode caluniar, mentir, difamar, precisa ter responsabilidade”, comentou.
Alckmin também defendeu o PL das Fake News, que regula as plataformas digitais e que está no Congresso Nacional para ser discutido e votado.
Rui Costa comenta caso da Meta
Em entrevista à Globonews, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, lembra que as críticas sobre o comportamento da Meta não aconteceram somente no Brasil, mas também de autoridades outros países, como Alemanha, Inglaterra, França, entre outros, que criticaram e questionaram a postura das big techs que não respeitam as leis desses países e que tentam interferir nas eleições e processos democráticos.
“O mundo inteiro começa a discutir o que fazer para controlar grandes empresários que detém o controle desses veículos de comunicação – porque são veículos de comunicação. Aqui estamos em um veículo forte, líder de audiência e que é responsável pelo que divulga. Não pode uma plataforma que tem milhões, bilhões de seguidores, não seguir norma nenhuma e não ser responsabilizado por aquilo que veicula”, completou.
Costa também acredita que este movimento de discussão de regulação das plataformas, que atinge vários países, pode ajudar a uniformizar as leis que coíbam, parâmetros internacionais unificados pelos países que coíbam esse tipo de postura de bilionários que querem ter a influência da mentalidade e o que o povo deve saber ou não ou saber de forma distorcida.
Foto: presidente Lula durante discurso sobre os Brics, em outubro de 2024. Crédito: reprodução de imagem