A Meta vai terminar com o seu programa de diversidade, equidade e inclusão (DEI) antes da posse do presidente eleito Donald Trump. Em carta endereçada aos funcionários nesta sexta-feira, 10, que vários veículos norte-americanos tiveram acesso, como a Reuters, a vice-presidente de RH da companhia, Janelle Gale, confirmou o fim do DEI.

No documento, Gale escreveu que o panorama legal e político para os esforços de equidade, diversidade e inclusão está mudando, algo que um funcionário respondeu como “decepcionante” à agência de notícias. Com isso, a Meta está finalizando o time de DEI. A mudança de regramento interno é mais uma em menos de semana que coloca a Meta alinhada à extrema-direita norte-americana e ao futuro presidente.

Desde o começo do ano, a companhia dirigida por Mark Zuckerberg já mexeu profundamente em sua estrutura, como:

  1. Adicionou ao conselho da companhia Dana White, CEO do Ultimate Fighting Championship e apoiador de Trump;
  2. Demitiu o ex-premiê britânico Nick Clegg (liberal de centro-direita) do cargo de vice-presidente de políticas globais e contratou para o seu lugar o político norte-americano do partido republicano e lobista Joel Kaplan. No passado, Kaplan defendeu a Meta em temas como liberdade de expressão e da possível influência russa na plataforma durante a primeira eleição que culminou com a vitória de Trump, em 2016. Vale lembrar que a Meta se envolveu na eleição da época, uma vez que os dados coletados pela Cambridge Analytica no Facebook, sem consentimento dos usuários, contribuíram para a eleição deTrump. Para o governo Trump, o lobista ainda atuou na aprovação de Brett Kavanaugh como juiz da Suprema Corte;
  3. Declarou o fim da checagem de conteúdo em suas plataformas, algo que trouxe uma série de críticas sobre receios com a flexibilização e escalada do discurso de ódio e das fake news que podem ocorrer em todo mundo. Inclusive, Brasil e França se reuniram e declararam estarem preocupados com o tema e que devem trabalhar em conjunto para proteger os direitos de seus cidadãos e, a AGU brasileira pediu para a Meta detalhar a mudança em 72 horas.

Meta mais uma vez se alinha aos ideais de Trump

Vale dizer, os programas DEI foram atacados por Trump nesta semana por dificultar as respostas no combate aos incêndios na Califórnia, em uma acusação sem provas, como é de praxe do presidente-eleito. O tema também foi explorado pela mídia conservadora que apoia o político e seu grupo nos EUA, como a Fox News. Esses programas ganharam força nos EUA após a morte de George Floyd, um cidadão negro, desarmado e imobilizado por uma série de policiais.

Após quatro anos longe da Casa Branca, Trump foi eleito com 312 votos do colégio eleitoral norte-americano contra 226 da atual vice-presidente Kamala Harris, do partido Democrata. O resultado foi superior ao primeiro pleito de Trump em 2016, quando obteve 304 votos contra 227 da ex-secretária de Estado Hillary Clinton.

Imagem principal: Mark Zuckerberg durante o Meta Connection, em setembro de 2024. (reprodução de vídeo)

 

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