A Meta planeja cortar demitir 5% dos seus colaboradores ainda no começo deste ano. De acordo com um memorando da companhia obtido pela Bloomberg nesta terça-feira, 14, as demissões serão baseadas de acordo com a performance desses profissionais. Aqueles com baixa, serão demitidos.

Apenas funcionários com tempo de casa o suficiente para serem avaliados serão afetados. A ideia da Meta é demitir os profissionais e colocar outros na mesma posição para melhorar a eficiência e a produtividade ainda neste trimestre, até fevereiro, informou o CEO Mark Zuckerberg por meio do documento interno. O foco das contratações da Meta para seu novo ciclo seriam:

  • Inteligência artificial;
  • Óculos inteligente;
  • E o futuro das mídias sociais.

Para os Estados Unidos, a rodada de demissões está agendada para acontecer no dia 10 de fevereiro. Em outros países também deve ocorrer, mas em outras datas. Em seu relatório do terceiro trimestre de 2024, a Meta contabilizava 72,4 mil funcionários em todo mundo. Ou seja, o corte de posições seria da ordem de 3,6 mil empregados.

Vale lembrar, a Meta realizou uma rodada de demissões em 2023 que acabou com mais de 10 mil postos de trabalho. Ainda de acordo com a agência de notícias, a holding pode cortar ao todo 10% do pessoal (se considerar um corte de 5% feito ainda em 2024). A redução de fevereiro ainda deve levar em conta os cortes anteriores para não afetar unidades de negócios que fizeram demissões no ano passado.

Mobile Time procurou a Meta para entender o impacto da decisão de Zuckerberg no Brasil, mas a empresa preferiu não comentar o assunto no momento.

Escalada da Meta

A notícia das demissões chega em um momento conturbado na Meta que está alinhando suas políticas e cultura ao presidente eleito dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump. Apenas nesta virada de ano, a companhia:

  1. Adicionou ao conselho da companhia Dana White, CEO do Ultimate Fighting Championship e apoiador de Trump;
  2. Demitiu o ex-premiê britânico Nick Clegg (liberal de centro-direita) do cargo de vice-presidente de políticas globais e contratou para o seu lugar o político norte-americano do partido republicano e lobista Joel Kaplan. No passado, Kaplan defendeu a Meta em temas como liberdade de expressão e da possível influência russa na plataforma durante a primeira eleição, que culminou com a vitória de Trump, em 2016. Vale lembrar que a Meta se envolveu na eleição da época, uma vez que os dados coletados pela Cambridge Analytica no Facebook, sem consentimento dos usuários, contribuíram para a eleição de Trump;
  3. Declarou o fim da checagem de conteúdo em suas plataformas, algo que trouxe uma série de críticas sobre receios com a flexibilização e escalada do discurso de ódio e das fake news que podem ocorrer em todo mundo. Inclusive, Brasil e França se reuniram e declararam estarem preocupados com o tema e que devem trabalhar em conjunto para proteger os direitos de seus cidadãos e, a AGU brasileira pediu para a Meta detalhar a mudança em 72 horas, mas a resposta não foi satisfatória e a companhia passará por audiência pública na próxima quinta-feira,16.
  4. Informou internamente sobre o fim do programa de diversidade, equidade e inclusão (DEI);
  5. Foi ao programa de Joe Rogan, podcaster e apoiador de Trump, disse que as companhias precisam de mais energia masculina e que a sociedade ficou muito neutra: “Uma coisa é dizer que queremos receber (as mulheres na cultura corporativa) e fazer um bom ambiente, mas uma outras coisa é dizer que masculinidade é ruim”, disse o CEO da Meta. “É como dizer ‘masculinidade é tóxica e temos que tirar isso’. Não, as duas coisas são boas, se você quer energia feminina ou se quer a masculina”.

Após a constante sequência de mudanças e proximidade às políticas de Trump, as ações da Meta caíram 3,6% desde o dia 6 de janeiro quando registrava US$ 630 o papel contra US$ 608 nesta terça-feira. Vale dizer, o presidente-eleito assume o comando da Casa Branca no próximo dia 20 de janeiro.

Imagem principal: Ilustração produzida por Mobile Time com IA

 

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