[Matéria atualizada às 22h20 do dia 20/01/25, para acrescentar fala de Trump] O CEO do TikTok, Shou Chew, compareceu à posse do 47º presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um momento em que a rede social de vídeos chinesa precisa escolher entre o banimento ou a venda do app para uma empresa dos Estados Unidos ou de um país aliado. Trump anunciou que suspenderá a lei que proíbe o TikTok (Android, iOS) e propôs que a plataforma seja controlada em 50% por acionistas norte-americanos.

A companhia chinesa controladora do app, ByteDance, até o momento rejeitou qualquer venda.

No ato da assinatura do decreto

Ao assinar o decreto, Trump comentou sobre o caso:

“Basicamente, com o TikTok, tenho o direito de vender ou de fechar. Vamos fazer essa determinação. Talvez eu faça acordo, talvez não faça acordo. O TikTok não vale nada se eu não fizer o acordo. Se fizer, ele vale US$ 1 trilhão. Acho que os Estados Unidos devem receber metade do TikTok. E aí parabéns, TikTok, agora vocês têm um bom sócio, finalmente. Se o presidente não assinar, não vale nada. Se o presidente assinar, vale US$ 1 bilhão, mais. É como uma joint venture. Essa foi uma das ideias que tive. O CEO até gosta da ideia. Talvez precisemos de uma aprovação da China. É bom para a China. Porque eles não têm nada. Temos 90 dias para tomar essa decisão”, comentou.

Perguntado por um jornalista por que Trump mudou ideia, o presidente foi enfático: “porque comecei a usar”.

“Antes, não usava e ele não tinha um lugar no meu coração. Eu entrei no TikTok e ganhei o público jovem”, comentou.

Em outro questionamento, sobre como conseguir os 50%, Trump explicou que, como, no momento, o TikTok não vale nada (ele pode ser banido), ao aprovar a joint venture, os Estados Unidos criam valor para a rede social.

“Pegamos 50% pela aprovação do TikTok para que a rede continue. Os EUA seria pago por ter metade do TikTok e ele ser aprovado. Se nós criarmos esse valor, se for aprovado, por que não termos direito à metade?”, questionou.

Nos últimos dias antes da posse

O app chegou a ser removido das lojas de aplicativos de Google e Apple na noite de sábado, 18. O TikTok ficou inativo por algumas horas, mas voltou a ficar disponível no domingo. O motivo foi a declaração do presidente eleito Donald Trump de que assinaria uma ordem executiva logo após sua posse, nesta segunda-feira, 20, para adiar a proibição federal do aplicativo. Houve também rumores de que o presidente estendesse o prazo por 90 dias para que uma solução seja apresentada e negociada.

Vale lembrar que outros apps chineses foram banidos, como CapCut e Lemon8.

Em uma declaração na plataforma X, a empresa anunciou que restabeleceria o acesso aos seus usuários americanos.

“Em acordo com nossos provedores de serviço, o TikTok está no processo de restaurar o serviço. Agradecemos ao presidente Trump por fornecer a clareza e as garantias necessárias aos nossos provedores de serviço de que eles não enfrentarão penalidades por disponibilizar o TikTok para mais de 170 milhões de americanos, permitindo que mais de 7 milhões de pequenas empresas prosperem.”

Em suas redes sociais, o presidente norte-americano pede para que as empresas não deixem o TikTok fora do ar e que vai emitir uma ordem para estender o prazo para que a lei do banimento não entre imediatamente em vigor, dando tempo para se fechar um acordo. O decreto também deverá confirmar que não haverá responsabilidade para aquelas empresas que ajudaram a impedir que o TikTok saia do ar (como Google e Apple e suas lojas de aplicativos).

“Gostaria que os Estados Unidos tivessem uma participação de 50% em uma joint-venture. Ao fazer isso, salvamos o TikTok, mantemos o controle em boas mãos e permitimos que ele continue ativo. Sem a aprovação dos EUA, não há TikTok. Com nossa aprovação, ele vale centenas de bilhões de dólares – talvez trilhões”, escreveu o presidente.

“Portanto, minha ideia inicial é uma joint-venture entre os atuais proprietários e/ou novos proprietários, em que os EUA obtenham uma participação de 50%. Seria uma joint-venture estabelecida entre os EUA e o comprador que escolhermos”, completou.

Análise sobre a situação do TikTok nos EUA

A lei anti-TikTok nasceu no primeiro mandato de Trump, em 2020, mas foi com Biden que ela avançou e foi sancionada.

Atualmente, o app de vídeos é utilizado por 170 milhões de usuários estadunidenses. São dados preciosos sobre gostos literários, musicais, cinematográfico, perfil de consumo, político, atividades, opiniões. São informações valiosas sobre os norte-americanos que recheariam com abundância qualquer algoritmo de inteligência artificial. Ou seja, a rede social é ouro para quem o detiver.

Não à toa que Trump morde e assopra. Ou seja, faz a lei e agora tenta encontrar um meio do caminho. Afinal, o banimento não é bom para ninguém.

 

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