A Fiocruz testou na sua planta produtiva do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz),  no Rio de Janeiro, uma rede privativa com tecnologia 5G. A iniciativa, uma Prova de Conceito (PoC), monitorou em tempo real o funcionamento de equipamentos que processam matérias-primas para a fabricação de vacinas, como as de sarampo e caxumba. É esperado que a rede aumente a produtividade e reduza  perdas na fabricação de imunizantes.

O projeto, parte do programa MetaIndústria, foi desenvolvido em parceria com a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e empresas como Nokia, Rockwell Automation, EDGE e N&DC. A Nokia foi a responsável pela instalação e operação dos equipamentos utilizados durante o teste.

Durante o teste, a tecnologia 5G atingiu uma latência de apenas 16 milissegundos e garantiu conectividade em ambientes de difícil acesso, como salas revestidas de aço inox. 

De acordo com a Bio-Manguinhos, durante os testes foram utilizados o espectro privado de 3,75 GHz e apenas uma antena. A equipe testou duas aplicações diferentes: uma para obter dados num quarto-estufa revestido de chapas de inox, e outra para conectar os técnicos de manutenção ao sistema de chamado em tempo real.

A infraestrutura incluiu dispositivos conectados à rede 5G, automação com controladores programáveis e um dashboard IoT acessível remotamente, facilitando o gerenciamento do processo produtivo. A tecnologia 5G possibilitou o monitoramento remoto do processo de fabricação dos IFAs (Ingredientes Farmacêuticos Ativos), resolvendo os problemas de conectividade em lugares como a sala com chapas de inox, por exemplo, onde tecnologias sem fio tradicionais não funcionavam.

A equipe conseguiu captar os dados de dentro da sala-estufa e conectar os técnicos de manutenção ao sistema de chamados, conforme planejado. Além disso, foi possível viabilizar a troca de informações em tempo real durante o processo de fabricação de vacinas. Esses dados estão disponíveis por meio do uso do Dashboard de monitoramento IoT e Indústria 4.0, acessível de qualquer computador ou dispositivo móvel utilizando a infraestrutura 5G.

Chamado de “Trabalhador Conectado”, o teste utilizou um celular conectado à rede 5G, com um aplicativo de gestão de manutenção baseado em nuvem e tecnologia CMMS (Sistema de Gerenciamento de Manutenção Computadorizado), além de um notebook integrado à rede de Bio-Manguinhos. Assim, foi possível acompanhar de forma remota tanto a abertura do chamado pelo solicitante quanto o atendimento realizado pelo técnico de manutenção.

Em resposta ao Mobile Time, a Bio-Manguinhos informou que o uso da rede privativa 5G ocorreu por conta da necessidade de uma solução com mais segurança que outras tecnologias de comunicação sem fio.

Após o sucesso nos testes, a Fiocruz informou que possui planos para a implementação efetiva da rede.

O programa da MetaIndústria, do qual o projeto da Fiocruz faz parte, busca fomentar e promover a inovação tecnológica na indústria brasileira, como o uso de inteligência artificial e realidade aumentada.

 

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