Em meio a uma crescente demanda por soluções contra chamadas indesejadas, fornecedores apostam em ferramentas alternativas. É o caso da DMA, empresa de soluções para digitalização e segurança no atendimento ao cliente, que está lançando um produto que visa o bloqueio de ligações inoportunas, o Protect Spam. A funcionalidade está disponível para os aplicativos das empresas parceiras (Comunidade WeDMA) que adotarem a solução.
A DMA utiliza a base de mais de 3 milhões de números reportados diariamente pelas integrantes da Comunidade para alimentar algoritmos que analisam as características dos contatos, como quantidade de chamadas, duração da ligação, tipo e propriedade do número. O resultado indica um padrão capaz de categorizá-los em “golpes, indesejados e normais”.
O bloqueio de golpes já vinha sendo implementado também no âmbito das organizações parceiras por meio de outro produto, o Protect Call (saiba mais abaixo). A estratégia da DMA é que o Protect Spam atue em complemento, mas que também possibilite aplicação independente.
Para além do bloqueio automático de chamadas identificadas como indesejadas, a solução gera notificações sobre “chamadas suspeitas”. Nestes casos, o usuário pode optar por atender ou não. O procedimento é utilizado para aprimorar a seleção, possibilitando selecionar o número em questão como spam.
A empresa afirma que a ferramenta é exclusiva e patenteada. A comunidade de parceiros reúne mais de 150 organizações de diversos setores. Aqueles que aderirem passam a oferecer a ferramenta a quem utiliza seus aplicativos.
Demanda por bloqueios
O Protect Call, produto lançado pela DMA em março do ano passado voltado para evitar tentativas de golpe, bloqueia ligações que vierem de números telefônicos fixos pré-cadastrados pelas empresas que utilizam a solução após constatar serem utilizados por golpistas. De acordo com a empresa, o serviço fechou o ano de 2024 somando 6 milhões de bloqueios de golpes.
A incorporação de nova solução, voltada para chamadas de spam, amplia a resposta à demanda do mercado. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aponta que as medidas de controle já determinadas às operadoras de telecomunicações impediram 162 bilhões de ligações indesejadas, de junho de 2022 a outubro do ano passado. No entanto, a eficácia estaria em torno de 85%, portanto, ainda havendo brecha para que tais ligações cheguem até os usuários.
Também há iniciativa para identificação de chamadas indesejadas no âmbito do órgão regulador, por meio do sistema Origem Verificada (Stir Shaken). A ideia é que qualquer usuário com celular compatível com 4G ou 5G possa identificar a empresa que está originando a chamada. A solução está em fase de implementação e testes em parceria com as prestadoras, ainda sem popularidade entre os consumidores.
Imagem principal: uso de celular. Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil