O uso de celulares entre crianças brasileiras até oito anos de idade vem crescendo ao longo da última década. Até dois anos de idade, 5% têm celular próprio; de três a cinco anos, 20%; de seis a oito anos, 36%. Os dados são do Cetic.Br a partir de um recorte inédito das pesquisas TIC Domicílios e TIC Kids.
Durante o Dia da Internet Segura nesta terça-feira, 11, evento organizado pela SaferNet Brasil, CGI.br e NIC.br, Fábio Senne, coordenador-geral de pesquisas do Cetic.br, explicou que o crescimento da posse dos celulares ocorreu a partir de 2021. Notou ainda que há uma similaridade nas proporções do uso de celular por crianças das classes A, B e C, a partir dos três anos de idade.
Entre as crianças de seis a oito anos de idade da classe C, 42% têm celulares; na classe A, 40%; na D e E, 27%. De três a cinco anos, 26% da classe A e B têm handset próprio; antes 24% da classe C e 13% da classe D e E. Até dois anos de idade, 11% da classe A e B têm, 5% na classe C e 4% na classe D.
Senne alerta para a redução de outros dispositivos entre os jovens, como desktops e notebooks, uma vez que o uso caiu de 26% em 2015 para 17% em 2024 entre três e cinco anos e de 39% para 26% de seis a oito anos. Para o especialista, a queda no uso de PCs reflete o recuo da entrada desses equipamentos na casa dos brasileiros.
Internet até oito anos
Feito com um adulto diretamente nas residências brasileiras, o estudo revela que 82% das crianças entre seis e oito anos de idade são usuárias de Internet; 71%, de três a cinco anos; e 44%, até dois anos. O coordenador do Cetic.br afirmou que houve crescimento no uso de Internet em todas as faixas etárias entre 2015 e 2024, sendo maior a partir dos três anos de idade.
De acordo com a pesquisa, há um salto entre dois e três anos de idade. Se até dois anos a proporção por idade e classe social era de 45% nas classes A e B, 47% na classe C e 40% nas classes D e E, entre três e cinco anos de idade praticamente dobra com: 90% nas classes A e B; 77% na classe C; e 60% nas classes D e E.
Consumo até nove anos de idade
Sobre comportamento, as crianças de sete a nove anos têm melhor noção de habilidades digitais, como ao usar ferramentas de copiar e colar, adotar medidas de segurança e instalar programas e aplicativos que outras gerações mais novas não têm.
Elas também são mais atuantes e em sua vasta maioria fizeram uso de redes sociais (90%), assistem vídeos (91%) e até realizam atividades financeiras (82%). Chama a atenção que mesmo nas faixas mais jovens há forte índice de atividade online, como:
- 46% dos jovens de cinco a seis anos estudam por conta própria na web e 38% já acessaram algum serviço público;
- 77% das crianças de três a quatro anos de idade já usaram redes sociais;
- 82% daquelas até dois anos já enviaram mensagens instantâneas.
Imagens: A pesquisa apresentada por Fabio Senne, coordenador do CGI.br (reprodução: YouTube/Nic.br)