A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou uma iniciativa para mobilizar 200 bilhões de euros para inteligência artificial. Batizada de InvestAI, a iniciativa deverá angariar investimentos públicos e privados para a tecnologia, incluindo um novo fundo de 20 bilhões para “gigafábricas” de IA – infraestrutura necessária para o desenvolvimento aberto e colaborativo dos modelos de IA mais complexos. Uma boa parcela, 150 bilhões de euros, deverá vir de fornecedores, investidores e indústria.
O anúncio aconteceu no último dia da cúpula Sommet por l’action sur l’IA, na terça-feira, 11, pouco depois de o vice-presidente JD Vance deixar claro que a administração Trump fará de tudo para que os EUA permaneçam líderes no desenvolvimento de IA, mas que pode colaborar com os europeus sob determinadas condições. Também foi no mesmo dia em que 61 países foram signatários de uma declaração em prol de uma inteligência artificial “aberta”, “inclusiva” e “ética”. Entre os signatários estão Brasil, França, Índia, China e Canadá. Por outro lado, EUA e Reino Unido optaram por não assinar.
“A inteligência artificial vai melhorar nossa saúde, impulsionar nossa pesquisa e inovação e aumentar nossa competitividade. Queremos que a IA seja uma força para o bem e para o crescimento. Estamos fazendo isso por meio de nossa abordagem europeia – baseada na abertura, cooperação e excelência em talentos. Mas nossa abordagem ainda precisa ser acelerada. Por isso, junto com nossos Estados-Membros e parceiros, mobilizaremos um capital sem precedentes por meio do InvestAI para as gigafábricas europeias de IA”, explicou van der Leyen. Essa parceria público-privada única permitirá que todos os nossos cientistas e empresas – não apenas as maiores – desenvolvam os modelos muito avançados e de grande escala necessários para tornar a Europa um continente de IA.”
Fundo InvestAI e as gigafábricas para IA
O fundo InvestAI da UE financiará quatro futuras gigafábricas de IA na União Europeia. Essas gigafábricas de IA serão especializadas em treinamento dos modelos de IA complexos e de grande escala. Esses modelos de próxima geração exigem uma infraestrutura computacional extensa para avanços em domínios específicos, como medicina ou ciência. As gigafábricas contarão com cerca de 100 mil chips de inteligência artificial de última geração, aproximadamente quatro vezes mais do que as atuais fábricas de IA.
O foco dessa infraestrutura é o desenvolvimento de IAs para aplicações industriais complexas e de missão crítica. A ideia é que todas as empresas – pequenas ou grandes – tenham acesso ao poder computacional das gigafábricas.
A Comissão anunciou em dezembro a construção de sete fábricas de inteligência artificial. Em breve, deverá anunciar outras cinco.
Foto principal: Ursula von der Leyen em sua participação no Sommet pour l’action sur l’IA. Imagem: reprodução de vídeo