Se abrir o YouTube ou a Twitch agora, você vai encontrar alguma pessoa fazendo uma transmissão ao vivo sobre alguma coisa aleatória que ela está fazendo naquele momento. Apesar de serem as mais populares atualmente, há alguns anos atrás, outra plataforma de streaming ao vivo se tornou bastante popular entre os usuários de internet: o Periscope.
A plataforma lançada em março de 2015, foi desenvolvida por Kayvon Beykpour e Joe Bernstein, e se tornou um dos primeiros serviços a popularizar o streaming de vídeo. A ideia na época chamou tanto a atenção que logo foi comprada pelo Twitter (hoje, X), antes mesmo do seu lançamento oficial, por cifras que variam entre os U$50 e 100 milhões.
A proposta da plataforma era relativamente simples: qualquer usuário poderia realizar transmissões ao vivo diretamente do celular. Ao abrir o aplicativo, o usuário podia começar uma transmissão ao vivo com apenas alguns toques, compartilhando o vídeo de forma instantânea com os seguidores e outros usuários da plataforma.
Durante essas lives, os espectadores podiam interagir com as transmissões, enviando comentários e corações (uma forma de curtida). Além disso, o Periscope também contava com um mapa interativo, onde era possível explorar transmissões ao vivo que estavam acontecendo ao redor do mundo.
Inicialmente, o Periscope oferecia como opção apenas transmissões em modo retrato (na vertical), mas em setembro de 2015, o aplicativo passou a permitir o modo paisagem (horizontal). Em 2016, o app ampliou as possibilidades de uso, passando a dar suporte para transmissões ao vivo diretamente de drones e câmeras GoPro.
O sucesso do app foi tão grande que em pouco mais de quatro meses após o seu lançamento, a plataforma já contava com mais de 10 milhões de contas. No auge de sua popularidade, em 2015 a Apple elegeu o Periscope como o App do Ano.
Apesar do seu sucesso inicial, o serviço começou a enfrentar desafios para se manter por conta do crescimento de plataformas concorrentes. O Facebook lançou o Facebook Live, o YouTube aprimorou seus recursos de transmissão ao vivo, e até mesmo o Instagram introduziu as lives no Stories, absorvendo assim grande parte do público que antes utilizava o Periscope.
Além disso, o próprio Twitter incorporou funcionalidades de transmissão ao vivo diretamente em sua plataforma, o que reduzia a necessidade de um aplicativo separado. Com a queda na base de usuários, o forte crescimento da concorrência e o aumento dos custos operacionais, a manutenção do Periscope tornou-se insustentável.
Assim, em dezembro de 2020, o Twitter anunciou oficialmente que o Periscope seria descontinuado, tendo sido retirado das lojas de aplicativos em março de 2021, se tornando então, mais um fóssil móvel enterrado pela companhia do passarinho azul.
E vale uma curiosidade. Mesmo antes de seu fim no mundo, e mesmo com seu nome deveras diferente, o Periscope foi banido da Turquia ainda em 2018 por conta de violações de direitos autorais de uma outra empresa chamada Periskop.