O Banco Central divulgou os resultados da primeira fase de testes do Drex (Real Digital) nesta sexta-feira, 28. De acordo com o documento de 73 páginas será necessário um grande esforço para que a plataforma possa servir como infraestrutura de serviço. Em especial por conta das limitações relacionadas ao trilema que foram observadas, como:

  • A falta de controle nos tokens pelas autoridades com a descentralização;
  • As limitações de programabilidade;
  • Maturidade e requisitos essenciais para garantir a privacidade.

“Esses desafios destacam a necessidade de um desenvolvimento contínuo e de uma colaboração estreita entre reguladores, desenvolvedores, academia e participantes do mercado para superar as barreiras atuais. Somente através de um esforço conjunto será possível adaptar e evoluir as tecnologias para que possam atender plenamente às exigências de um sistema financeiro moderno e eficiente”, diz trecho do relatório.

Com isso, o regulador prepara uma série de demandas para a segunda fase de avaliações. O BC quer avaliar questões ligadas à privacidade, escalabilidade, governança, integração, infraestrutura e segurança, além de buscar atrair mais casos de uso.

“Essa nova fase permitirá que exploremos casos de uso mais amplos, enquanto continuamos a abordar as preocupações com privacidade. Além disso, ao envolver os participantes na sugestão de casos de uso, esperamos identificar necessidades específicas e oportunidades de inovação que possam orientar o desenvolvimento contínuo da Plataforma Drex, tornando-a mais alinhada com as demandas reais do mercado e da sociedade”, completa o documento.

Vale lembrar, a segunda fase do Drex começou em setembro de 2024 e atualmente está em curso com 13 serviços financeiros e 16 participantes.

Resultados e configurações do Drex

A primeira fase de testes do então Real Digital teve início em maio de 2023 com 14 participantes. Três meses depois, o Real Digital mudaria de nome para Drex. Em seu começo, o BC considerou três modelos em testes em descentralização, privacidade e programabilidade: transações para Drex no atacado, Drex no varejo e de título público federal tokenizado.

Com o término dos testes, o regulador contabilizou em atacado 420 operações distintas de emissão, 450 operações de transação e 130 queimas (conversão em crédito correspondente). Em varejo foram 1,9 mil emissões, 1,6 mil transferências interbancárias e 1,7 mil queimas. Com os títulos foram 1,2 mil operações liquidadas, sendo 862 delas de compra e venda com clientes.

A rede DLT (registro distribuído) do Drex foi constituída com 26 nós que foram interligados à Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN). A banda mínima exigida para as transações era de 6 Mbps em tecnologia MPLS. Ferramentas como Ethereum Benchmark e o Hyperledger Caliper foram usadas para gerar carga de transações.

 

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