| Publicada originalmente no Teletime | De acordo com um levantamento do Movimento Antene-se, o número de torres de telefonia por habitantes caiu em oito capitais entre 2022 e 2024, incluindo o Rio de Janeiro e São Paulo – as duas cidades mais populosas do Brasil.

A mesma situação foi vista em outras cidades: Curitiba, Cuiabá, Palmas, Campo Grande, Belém e Rio Branco. Por outro lado, a quantidade de infraestrutura por habitante subiu nas demais 19 capitais brasileiras.

A capital com a menor taxa de habitantes por infraestrutura de telecom é Vitória. Segundo o levantamento, na capital capixaba eram 1.440 pessoas para cada torre de serviço móvel em 2024. Para efeito de comparação, esse número passa de 3 mil em Rio Branco, Maceió e Boa Vista – que apresentam a maior saturação de habitantes por infraestrutura entre as capitais do País.

Antene-se

Tabela: Teletime

Crescimento absoluto

A quantidade de habitantes por infraestrutura ter melhorado em 19 das 27 capitais brasileiras se relaciona ao fato de o número de infraestruturas de torres ter crescido em 23 das 27 capitais brasileiras entre 2022 e 2024, ainda que em ritmo modesto.

Presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), Luciano Stutz contou ao Teletime que atribui esse avanço a dois fatores principais: o primeiro é a aprovação das leis municipais de antes. Todas as capitais brasileiras contam com legislações atualizadas, com exceção de Recife (que mesmo assim, não restringe a instalação da infraestrutura).

Já o segundo fator é o investimento constante na instalação de novas infraestruturas, principalmente as urbanas de menor porte.

Vale lembrar que uma torre pode abrigar mais de uma estação rádio base (ERB ou antena de celular). No caso do 5G, Stutz lembrou que o ápice da instalação das novas ERBs ocorreu apenas a partir de 2022 – quando a quinta geração móvel foi inaugurada no País a partir de Brasília. No entanto, ele avaliou que essa tecnologia não teria gerado um aumento no número de infraestruturas no Brasil.

“A instalação da nova tecnologia não foi capaz de recuperar o número de estações que foram desligadas pela desativação parcial das redes da Oi e Nextel, nem mesmo o 5G exigindo cerca de cinco a dez vezes mais estações que a tecnologia 4G”, afirmou o presidente da Abrint.

STF

A Abrintel também aguarda que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a retomada ou não do compartilhamento obrigatório de torres separadas por menos de 500 metros. No mês passado, a corte suspendeu o julgamento e agora a entidade espera a volta do debate a partir da segunda quinzena de abril.

O assunto é tido como crucial para associação que representa as torreiras. Em 2021, uma lei acabou com a obrigatoriedade de compartilhamento de torres separadas por menos de 500 metros. A Abrintel çevou esse tema ao STF e argumenta que essa revogação tem levado à construção desnecessária de novas torres próximas às existentes, aumentando custos e desigualdades no acesso à conectividade.

 

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