| Mobile Time Latinoamérica | O dinheiro móvel alcançou mais de 2 bilhões de contas registradas e mais de 500 milhões de usuários ativos mensais, segundo o Relatório sobre o Estado da Indústria de Dinheiro Móvel 2025, divulgado pela GSMA.
Essa forma de inclusão financeira, que tem transformado o acesso a serviços financeiros em regiões com baixa bancarização, dobrou seu alcance em apenas cinco anos. Para efeito de comparação, a indústria levou quase duas décadas para atingir o primeiro bilhão de contas.
Em 2024, foram processadas mais de 108 bilhões de transações, movimentando um valor superior a US$ 1,68 trilhão — um crescimento anual de 20% em volume e de 16% em valor.
Um motor econômico em expansão
O relatório destaca o impacto econômico do dinheiro móvel, com uma contribuição estimada de US$ 720 bilhões para o PIB global dos países onde o serviço está disponível. Só na África Subsaariana, essa contribuição foi de US$ 190 bilhões em 2023.
A região continua liderando o uso do dinheiro móvel no mundo, com as regiões da África Oriental e Ocidental puxando o crescimento. Ao mesmo tempo, o Leste Asiático e o Pacífico também apresentam rápido avanço, com mercados como Camboja, Filipinas, Fiji e Vietnã impulsionando o uso graças a marcos regulatórios favoráveis.
América Latina e Caribe: menos contas, mas mais atividade
Na América Latina e no Caribe, o número de contas registradas e ativas caiu em 2024, o que também afetou os volumes e valores das transações. Essa queda é atribuída ao encerramento de três serviços de dinheiro móvel na Bolívia, na República Dominicana e no México, reduzindo o número total de provedores ativos na região de 34 (em 2022) para 31.
Apesar da retração, a região ainda mantém mais de 53 milhões de contas registradas e apresenta a maior taxa de atividade mensal do mundo, com 32,1%, embora ligeiramente abaixo dos 36,5% registrados em 2023. Essa alta taxa de uso reflete um forte engajamento dos usuários que continuam acessando o serviço.
Mais serviços e desafios
Os provedores de dinheiro móvel estão ampliando cada vez mais seu portfólio de serviços. Em junho de 2024, 44% ofereciam crédito móvel, 33% disponibilizavam contas de poupança e cerca de 28% forneciam seguros.
O relatório também chama atenção para as barreiras que ainda dificultam a adoção do dinheiro móvel, especialmente entre as mulheres. Em oito dos doze países analisados, ainda existe uma disparidade de gênero na posse de contas. A falta de informação e o baixo nível de alfabetização financeira digital estão entre os principais entraves.
No entanto, as mulheres que acessam o serviço utilizam o dinheiro móvel com a mesma frequência que os homens. Para enfrentar essa lacuna, quase 60% dos provedores lançaram iniciativas de educação financeira digital, com o objetivo de melhorar as habilidades e estimular o uso entre o público feminino.
