Depois de se massificar, o próximo passo do Pix é criar mecanismos de segurança, para evitar golpes e fraudes, recomenda Lionel Grosclaude, CEO da Fime, consultoria internacional na área de pagamentos e identidade digital.
“Agora que o Pix já tem um grande volume de transações, é preciso gerenciar as fraudes. Porque uma vez que o dinheiro foi embora, já era”, comenta o executivo, em conversa com Mobile Time.
O caminho é conseguir autenticar quem vai receber o dinheiro, checando se é de fato o destinatário certo, diz o CEO da Fime.
“Na prática são dois desafios: é preciso autenticar as pessoas, mas sem prejudicar a experiência”, alerta.
Pix VS cartão VS dinheiro
Grosclaude discorda da percepção de que o Pix vai “matar” outros meios de pagamento. Ele argumenta que dificilmente um novo meio de pagamento aniquila os anteriores. O que acontece é que cada um acaba encontrando situações, contextos ou nichos específicos nos quais se encaixa e segue sendo relevante.
Os cartões, por exemplo, em geral oferecem uma experiência mais fácil e rápida que o Pix para pagamentos em lojas físicas – pelo menos até o Pix por aproximação. Outras vantagens dos cartões são a possibilidade de chargeback e os programas de fidelidade.
E o dinheiro em espécie continua sendo útil para pagamentos quando o consumidor está offline, ou quando não quiser tirar o celular do bolso, por razões de segurança… ou quando não quiser deixar rastros da transação.
Por sinal, Grosclaude prevê ainda uma longa vida para o dinheiro em espécie. “Nós dois estaremos aposentados antes de o dinheiro acabar”, garante.
A Fime atua em consultoria e teste de soluções de pagamentos e identidade digital em 20 países, incluindo o Brasil. Ao todo, conta com cerca de 900 colaboradores.
A ilustração no alto foi produzida por Mobile Time com IA