Nos últimos anos, testemunhamos um aumento alarmante na incidência de fraudes online, especialmente na América Latina. Os dados apurados pela Veriff, scale-up global de soluções para verificação de identidade (IDV) e prevenção de fraudes, revelam que 80% dos entrevistados no Brasil, México e Colômbia foram vítimas de fraudes online pelo menos uma vez no último ano. Essa realidade demanda a adoção de novas tecnologias para combater esse problema crescente, que impacta praticamente todos os setores, seja no comércio eletrônico, nos pagamentos digitais e até mesmo nas plataformas de videogames, permitindo que os criminosos realizem tentativas realistas de obter informações pessoais dos usuários.
A verificação de identidade tornou-se uma necessidade extremamente importante, e os dispositivos móveis desempenham um papel fundamental nesse processo. A pesquisa da Veriff mostrou que quase 22% das sessões de verificação de identidade no Brasil são realizadas por meio de dispositivos móveis, o que mostra que ainda há espaço para evolução nesse mercado específico, apesar de já caracterizar fatia representativa.
Nesse sentido, a IA surge como uma ferramenta poderosa na busca por soluções eficazes de verificação de identidade. Ela nos permite tornar esse processo mais preciso, escalável e rápido. No entanto, também enfrentamos desafios decorrentes do uso da IA, como o surgimento de deepfakes e outras formas de manipulação digital.
Em um dos painéis que participei no Web Summit 2024, no Rio de Janeiro, levei esse tópico sobre a inteligência artificial no contexto da verificação de identidade e como tecnologias como essas apresentam tanto o lado positivo, oferecendo inúmeras vantagens, como também o lado negativo, alimentando ameaças como a fraude promocional e a personificação. Para diminuir essas ameaças, é essencial verificar a origem e adotar abordagens proativas para garantir a segurança online.
Com a crescente quantidade de conteúdo online, nunca foi tão necessário, quanto é hoje, comprovar que você é você e a veracidade das informações. Observamos essa tendência crescente também na América Latina, através de uma pesquisa que realizamos recentemente, o “Identity Fraud Report 2024”. Os entrevistados da região mostraram que estão dispostos a adotar novas tecnologias na luta contra a fraude digital, com 91% deles defendendo medidas de segurança para verificação de identidade, principalmente quando falamos de serviços financeiros e bancos digitais. Ainda assim, foi observado que 85% já confiam no reconhecimento facial como uma solução segura – o Brasil se destaca com 87%.
Quando se trata de verificar identidades em dispositivos móveis, a abordagem precisa ser robusta. É fundamental empregar uma variedade de fontes de dados e informações para identificar possíveis ameaças à segurança. Essa análise envolve a coleta de uma ampla gama de pontos de dados, como informações de rede, localização e navegador, para criar uma visão abrangente da situação. Tecnologias avançadas, como inteligência artificial e machine learning, desempenham um papel crucial ao permitir a análise rápida de grandes volumes de dados em tempo real, ajudando a garantir a segurança dos usuários de forma eficiente.
É fundamental verificar as fontes e entender o que é real ou não no combate às fraudes. Acreditamos que a verificação de identidade será essencial para qualquer serviço online nos próximos anos como uma defesa eficaz, por ser forte, dinâmica e multifacetada. Contamos com ferramentas estratégicas que possam ser ajustadas continuamente para acompanhar e fortalecer as estratégias de defesa à medida que a fraude evolui.
Além disso, precisamos educar as pessoas para que acompanhem quais informações pessoais compartilham online e com que finalidade. Se os usuários tiverem uma melhor consciência sobre a ameaça de como seus dados podem ser usados de maneira indevida, se puderem avaliar criticamente a legitimidade de e-mails ou outras comunicações que recebem e aprenderem a identificar e responder a essas táticas, já estaremos a meio caminho andado.