Segundo a revista Africa Renewal, é estimado que 2,7 bilhões de pessoas em países em desenvolvimento não tenham acesso a serviços financeiros. Bilhões de pessoas na África, América Latina e Ásia atualmente não possuem contas bancárias, porém possuem um telefone celular. Esses dados mostram que o celular seria um meio abrangente para levar os serviços bancários à população que ainda não tem acesso.

Para ilustrar com um case de sucesso de m-banking em países em desenvolvimento, vamos citar a penetração do “m-pesa” no Quênia. Segundo “Kenya, Economic Survey 2010”, apenas 19% da população adulta do Quênia tem acesso a contas bancárias e a maioria dos serviços bancários está restrita à população urbana. Ao criarem a possibilidade de m-banking através do “m-pesa”, 30% da população do país tinha adotado esse serviço até julho de 2010.

No Brasil, o IPEA divulgou em pesquisa que 39,5% da população está excluída dos serviços bancários. Em contrapartida, em número de linhas celulares, o Brasil já possui uma média de 1,16 aparelho por habitante, segundo a Anatel. Isso mostra que o celular seria um meio democrático de levar o serviço bancário para a população que não tem acesso.

A adoção de serviços bancários via celular ainda tem pouca aderência. Em pesquisa recentemente lançada pela Acision, podemos traçar algumas tendências que se configuram no cenário de m-banking e verificar o que leva à sua baixa adoção.

O principal ponto verificado é o reduzido conhecimento dos serviços: 45,8% dos entrevistados dizem não conhecer que serviços bancários estão disponíveis no celular. Ao serem questionados sobre quais operações bancárias usariam em mobilidade, as alternativas com maior probabilidade de uso foram: receber avisos sobre operações realizadas ou não realizadas, tanto do banco (53%) como dos cartões de crédito (53%); a consulta de saldos dos cartões de crédito (52%); e a consulta de saldo de contas bancárias próprias (51%).

Como visto, ao falar de m-banking, pagamento não é um item prioritário. A preferência é por serviços mais simples, como consultas. Isso demonstra que o m-banking não seria um otimizador de tarefas como, por exemplo, transferências, pagamentos, etc.

Ao questionar os entrevistados sobre o que os impede de adotar m-banking, as alternativas com maior percentual foram: que o sistema seja seguro e transparente (69%); que não haja tarifas extras a pagar por transação (65%); que se tiver o celular roubado ou perdido, o bloqueio seja imediato (64%), ter total tranquilidade de que não haverá nenhum problema (60%). Ou seja: uma percepção de insegurança do sistema impede que o m-banking decole no Brasil. Porém, isso pode mudar ao longo do tempo. O e-commerce no País também enfrentou os mesmos desafios no início e agora está se consolidando e em alguns setores vendendo mais que lojas físicas.

 

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