Em todo o mundo, as empresas de pequeno, médio e grande porte estão cientes da importância do monitoramento de rede para o pleno funcionamento das aplicações desse ambiente e, consequentemente, para atender às experiências requeridas pelos usuários da era digital, onde quer que estejam. Mesmo dedicando atenção especial a esta questão, há riscos de pontos cegos ao longo da infraestrutura que podem impactar a entrega de serviços aos clientes finais.

A partir do monitoramento de rede, é possível otimizar drasticamente os esforços com investigações e gestão de crises, em um menor tempo. O fato é que quanto mais se demora para identificar, analisar e resolver uma falha, mais recursos acabam sendo consumidos. Além disso, à medida que as redes evoluem, este monitoramento parece se tornar ainda mais complexo e desafiador.

A boa notícia é que o avanço da tecnologia tem ajudado as operadoras, provedores de serviços e corporações a terem uma melhor visibilidade e um melhor desempenho ponta a ponta de suas infraestruturas.

Risco de interrupção de serviços 5G e seus impactos 

Com as expectativas voltadas para as redes de quinta geração (5G), está claro que será necessário um monitoramento mais avançado. Uma das características das redes 5G são aplicações críticas como as Comunicações Ultra Confiáveis e de Baixa Latência  (URLLC) que necessitam de latência menor do que 1 milissegundo, o que é muito diferente do tempo de resposta para as redes de quarta geração (4G) – para a qual seria aceitável um tempo de resposta em torno de 30 a 50 milissegundos, em alguns serviços. Assim, para assegurar um bom desempenho, o monitoramento avançado passa a ser vital.

Para o Mobile Backhaul, ou seja, a periferia da rede que conecta interfaces aéreas das redes móveis com as redes fixas, um monitoramento de performance 24 horas por dia, 7 dias na semana é fundamental, especialmente quando combinado com sistemas analíticos, que incluem recursos de aprendizado de máquina e inteligência artificial, e até protocolos como o TWAMP – um protocolo aberto para monitorar o desempenho e viabilizar tanto as medidas unidirecionais quanto bidirecionais entre dois pontos na rede, em conformidade com o padrão RFC 5357.

Sem esta completa visibilidade do ecossistema 5G, as respostas para tratar os problemas de rede podem ser mais reativas do que proativas, onerando os custos ou multas se os serviços forem interrompidos. Imagine o que uma interrupção brusca poderia causar para o usuário de um carro autônomo, conectado com as redes da próxima geração?

Em outro cenário, qual seria a dimensão do prejuízo que uma parada inesperada de serviços poderia gerar para uma empresa de transações financeiras milionárias via máquinas de cartão de crédito, a cada segundo?

Entendendo a complexidade do monitoramento de rede

O serviço de monitoramento de rede não contempla unicamente identificação, análise e solução do problema em si, mas vai além, refletindo nos custos de uma empresa. Como?

Vamos supor, em um cenário hipotético, que uma empresa com poucas medições não tenha identificado uma determinada falha, a qual causou interrupção dos serviços de rede. Essa situação poderia ter sido evitada se houvesse um sistema que permitisse maior granularidade das medições e um software que realizasse análises entre as camadas do modelo OSI (Open System Interconnection).

Considerando que tais funções não existiam na situação mencionada, a empresa em questão teve que demandar técnicos e recursos para solucionar o problema em sua infraestrutura.  E, ao invés de resolvê-lo em menor tempo possível, a falha prolongou-se, ameaçando afetar o SLA (Service Level Agreement) dos clientes e, por fim, gerando grandes impactos financeiros aos negócios. Isso mostra a relevância de investir em serviços de monitoramento de performance de redes.

O que está por vir?

Acredite: uma verdadeira revolução está por vir com a chegada das arquiteturas das redes 5G. Neste cenário, as questões relativas à segurança também ganham destaque.

A primeira mudança significativa a ser percebida é que as redes 5G possuem uma estrutura composta por softwares diferentes das arquiteturas baseadas em 4G, provenientes de outros modelos orientados pelo 3GPP, um comitê de boas práticas de interoperabilidade em redes móveis. Sendo assim, a tecnologia 5G virtualiza funções acima da camada de rede que antes eram realizadas por hardware, e isso poderá aumentar as vulnerabilidades de segurança dos softwares, em comparação com os modelos anteriores.

Vale também salientar que a proposta do serviço do 5G é de comunicação massiva entre máquinas, ou seja, estamos falando sobre a possibilidade de ter bilhões de dispositivos IoT conectados às novas redes. De acordo com um levantamento da Statista, em 2020, o valor do mercado de Internet das Coisas (IoT) no Brasil foi de 2,68 bilhões de dólares, e a previsão para 2021 é que esse mercado salte para 3,29 bilhões de dólares.

Tal crescimento também chama a atenção dos cibercriminosos que encontram sistemas expostos e criam ataques cada vez mais sofisticados para acessar dispositivos IoT. Por essa razão, mudanças no que tange ao ecossistema das redes móveis precisam ser feitas para tornar os ambientes da próxima geração mais seguros.

Monitoramento entre camadas eleva a segurança da rede

Atualmente, os investimentos em segurança por parte dos provedores de serviços ainda são tímidos, deixando a desejar quanto ao monitoramento proativo das redes. Para obter maior eficiência nesta questão, uma das soluções é transformar os Centros de Redes (NOC, Network Operation Center) em Centros de Serviços (SOC, Service Operation Center). Logo, a expansão da monitoração para todas as camadas das novas infraestruturas 5G torna-se vital para atender as demandas de segurança dos softwares.

Adicionalmente, em um momento em que as operadoras móveis vivenciam a transição das redes 4G para 5G, a análise do backhaul pode reduzir vulnerabilidades nesta fase de implantação das novas redes com menor latência.

Portanto, com uma hierarquia baseada em software, a maneira como as operadoras, provedores de serviços e empresas monitoram e identificam questões críticas em suas redes hoje necessita avançar neste contexto. Não há dúvidas sobre a necessidade da implementação de softwares baseados em machine learning e IA (Inteligência Artificial) como ferramentas essenciais para uma abordagem holística, sendo capazes de oferecer uma análise depurada de dados e uma completa visibilidade das camadas das infraestruturas 5G que estão por vir, antecipando problemas que devem ser resolvidos antes que os serviços essenciais dos usuários sejam interrompidos.

 

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