Mesmo não sendo tão evidente para os consumidores residenciais, as redes inteligentes de energia (smart grid) crescem gradativamente no mercado, com investimentos, melhorias na qualidade da energia fornecida ao cliente e a instalação de medidores inteligentes. Sendo assim, as distribuidoras veem como uma opção a implementação de redes próprias de telecom, ou de sistemas híbridos, que passa pela utilização da rede particular integrada com tecnologias como 3G, Internet das Coisas (IoT) e satelital para priorizar tanto os serviços de missão crítica, na qual não pode ocorrer a interrupção do fornecimento de energia, quanto os serviços dos consumidores residenciais e comerciais. Essa é uma ascensão natural e cada vez mais se torna fundamental para a prestação de um serviço de qualidade por parte das distribuidoras de energia.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) divulgou no mês de junho deste ano um mapa com as áreas de atuação das companhias de energia elétrica do Brasil. Segundo o órgão fiscalizador, nosso País conta com 53 distribuidoras, com mais de 208 milhões de pessoas recebendo energia elétrica por meio dessas companhias. Em muitos lugares a utilização das redes próprias de telecom é extremamente importante.

Entre as vantagens das distribuidoras de energia utilizarem as redes próprias de telecom, está a questão de que esse tipo de serviço não dependerá exclusivamente das tecnologias de terceiros, pois as redes próprias podem ser mais uma opção importante de complemento a todos os tipos de tecnologias existentes. Além disso, a distribuidora tem a prerrogativa de gerenciar questões relativas à segurança de sua rede segundo suas prioridades.

Outro fator que precisa ser destacado é sobre optar se tais investimentos em telecom devem ser feitos como despesas de capital, conhecida como Capex, ou como despesa operacional, conhecida como Opex.

No primeiro caso, o ativo sofre depreciação e naturalmente pode precisar ser atualizado, substituído e evoluído com tempo. Cabe à distribuidora analisar os incentivos regulatórios na composição da tarifa diante de cada modalidade de investimento. Já no segundo caso, os serviços contratados por terceiros não serão depreciáveis e, portanto, esses custos não podem ser tratados da mesma forma, pois são considerados como uma opção da distribuidora. Com isso, não há incentivos regulatórios na composição da tarifa.

É importante ressaltar que as redes próprias utilizarão tecnologias que priorizam o tráfego de dados, como as redes de fibra ótica, rádios e IoT.

Soluções de telecom, com redes próprias ou não, são complementares. Por isso, o pioneirismo na criação de módulos de comunicação compatíveis com cada uma das novas tecnologias, que surgem rapidamente, faz toda a diferença na tomada de decisão das empresas. Tecnologias como Big Data, Internet das Coisas e inteligência artificial, comumente mencionadas como parte da Revolução Industrial 4.0, chegam de forma irreversível e acelerada, a favor da sustentabilidade econômica, social e ambiental.

Toda essa evolução já faz parte, cada vez mais, das vidas das distribuidoras de energia, água e gás. E segue a passos largos. Os investimentos estão sendo feitos para que os usuários sejam beneficiados, tanto pelo serviço prestado, quando pelo custo. Obviamente que existe uma preocupação com o peso na tarifa e quanto isso vai gerar em despesas finais para o consumidor, porém, esse é um avanço gradual do mercado e dos órgãos reguladores.

Basta equilibrar as contas e utilizar a tecnologia 4.0 em todo seu potencial.

 

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