Em plena era da mobilidade, percebemos que os telefones celulares mudaram muito o estilo de vida da sociedade contemporânea. Inclusive, essa era nos proporcionou alterações (e vai continuar proporcionando por muito tempo) no processo tradicional de compra em quase todas as suas etapas, uma vez que os smartphones (telefones celulares com funções mais avançadas) já são mais poderosos que os computadores de décadas atrás e, em breve, ultrapassarão os aparelhos celulares convencionais em número total de dispositivos.

Os novos hábitos dos usuários já se tornam perceptíveis pelo simples fato de esses aparelhos reunirem diversas funções que antigamente exigiam uma variedade de aparelhos, uma vez que incorporam as funções de câmera fotográfica, filmadora com imagem de alta qualidade, gravadores de voz e GPS integrados, entre outros.

Para medir e analisar algumas dessas mudanças, o Google encomendou o estudo "Our Mobile Planet", realizado pelas empresas de pesquisa Ipsos MediaCT e TNS Intratest, cujo objetivo era obter informações sobre o uso de smartphones em vários países. No Brasil, a informação que mais chamou atenção foi do número de smartphones corresponder a 14% da população (aproximadamente 27 milhões de pessoas no país), significando que um em cada sete brasileiros possui um smartphone.

Além disso, a pesquisa apresenta outros dados interessantes, os quais comprovam o quanto o brasileiro está cada vez mais "conectado" e, principalmente, que ele não precisa mais estar à frente do computador para fazê-lo: quando perguntados sobre a principal atividade realizada em seus smartphones, a navegação na internet foi resposta da maioria dos usuários (79%), sendo que 40% do total de proprietários de smartphones acessam a internet diversas vezes ao dia.

Apesar da navegação na internet por meio de smartphones vir crescendo constantemente, quando analisamos especificamente as compras eletrônicas, percebemos que o mobile commerce (ou m-commerce) no Brasil tem grande potencial de crescimento, mas ainda apresenta dois cenários bem distintos e precisa de investimentos para se desenvolver. Isso porque, enquanto apenas 31% dos proprietários de smartphones já fizeram compras a partir de seus dispositivos (índice considerado baixo em relação ao universo total de aparelhos), por outro lado notamos que 45% dos adeptos de compras online afirmaram utilizar o smartphone para fazer compras todo mês (não são consumidores esporádicos).

Diante desse cenário, chegamos ao consenso de que a influência dos smartphones na decisão de compra é grande e apresenta tendência de aumentar com o passar dos anos, podendo inclusive levar os consumidores a desistirem pela compra em loja física por considerarem as compras no m-commerce mais vantajosas. Ou seja, esse consenso nos dá a visão real do quanto os smartphones vêm alterando, mesmo que aos poucos, os hábitos digitais dos consumidores.

Os usuários não aceitam mais pagar caro por um produto que tem um preço menor em outra loja e, mais do que isso, já estão começando a deixar pra trás a antiga barreira da segurança nas compras online, que já foi um grande entrave ao sucesso do e-commerce, mas certamente não será entrave para o "fenômeno" do m-commerce.

Indo um pouco mais além, podemos imaginar que as novas tecnologias e a mobilidade vão levar a sociedade "conectada" a hábitos mais frequentes na prática do m-commerce. E, perante essa tendência, fica ainda mais evidente que está havendo uma transferência de poder no mercado de consumo: o poder está saindo das mãos dos vendedores e lojistas e passando para as mãos dos consumidores.

Basta agora que esses consumidores saibam usar tal poder a seu favor, tendo como aliado o fato que os smartphones chegaram pra ficar e, claro, ainda vão trazer muitas outras mudanças ao modo como vivemos e compramos.

 

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