Esta semana acontece em São Paulo a Ciab Febraban, o maior evento do setor financeiro brasileiro, com a presença de todos os grandes bancos e seus fornecedores de equipamentos e serviços. A cada edição surge um novo termo da moda. Houve o ano do omni-channel, do mobile first, do blockchain, das criptomoedas. 2018 é o ano do open banking. Vou te explicar do que se trata…
Open banking consiste em abrir os sistemas de um banco para que outras empresas possam oferecer serviços extras aos consumidores. Significa, na prática, criar as chamadas APIs, que são como portas de acesso às informações e aos comandos em seus sistemas.
Os bancos, tradicionalmente, até por uma questão de segurança, são extremamente fechados nesse aspecto. Mas hoje começam a perceber que é possível abrir o acesso a determinados sistemas sem comprometer a segurança. Obviamente, somente parceiros devidamente homologados e que cumpram determinados requisitos poderão acessar tais sistemas.
Ainda não entendeu para que diabos serve o open banking? Então vou te dar um exemplo prático. O WhatsApp lançou este ano na Índia um serviço de transferência bancária através de mensagens de texto. Você escolhe o seu amigo e manda o dinheiro com um clique, sem precisar saber os dados bancários dele. É fácil, rápido e muito mais prático do que entrar no app do banco, procurar por transferência e informar o banco, o número da agência e da conta do amigo. Para isso funcionar, você e seu amigo, cada um no seu smartphone, cadastraram previamente dentro do WhatsApp suas respectivas contas bancárias. E o principal: o WhatsApp fechou acordo com quatro grandes bancos indianos para ter acesso a seus sistemas e conseguir intermediar as transferências. Ele virou um intermediador credenciado no sistema bancário indiano. Na verdade, o dinheiro nem passa pelo WhatsApp, somente a informação de que o cliente X do banco A deseja transferir determinado valor para o cliente Y do banco B.
A estratégia de open banking torna possível o surgimento de serviços digitais como esse. Os bancos que estiverem com APIs prontas e disponíveis no mercado serão os primeiros a serem integrados em serviços inovadores digitais que surjam daqui em diante. Ou seja, faz toda a diferença. Está na hora de acabar o ‘walled garden’ dos bancos, para o próprio bem dos bancos.